Para os Generais

Este é o último artigo de uma série que trata da situação atual do mercado de trabalho, onde procurei abarcar todos os possíveis papéis desempenhados pelos profissionais, quais sejam: poupado – aquele que sobreviveu aos cortes; demitido – aquele que sofreu sobremaneira o impacto da crise; demissor – a quem coube a tarefa de efetuar o desligamento (e até de escolher a quem desligar) e por fim, apresento agora o grande responsável: O General.

Pego emprestado o nome dado ao mais alto posto da hierarquia militar por acreditar que este é o que melhor representa o que desejo aqui passar. Quero deixar bem claro que o grande culpado pelas demissões é, sempre, a patente mais alta da organização.

Posso falar isso sem medo, afinal, é nobre o General que assume a responsabilidade. Não só dos seus atos, como também os dos membros de sua equipe. Não tem essa “conversa de que não sabia de nada”, afinal, é sua obrigação saber de tudo. Não tem esse “papo de que fulano fez isso ou aquilo” – função dele acompanhar de perto o andamento dos trabalhos. Não tem essa “história de ser pego de surpresa com intemperes, reveses, vicissitudes de mercado” – é obrigação prever os cenários possíveis.

Também entendo propício aludir o mercado de trabalho com a guerra, pois a competição entre as empresas representa de fato uma grande batalha, com direito a: guerra de preços, dumping, alianças, lobby, traições, espionagens, boicotes.

Quem está à frente dos negócios está verdadeiramente lutando pelo dinheiro dos consumidores e, se adotou uma estratégia desastrada, deve o quanto antes repensar os planos, reposicionar seus recursos, erguer a cabeça e trabalhar dobrado para reverter o processo e poupar a maior quantidade de vidas possível.

Infelizmente para eles não cabe desculpa, não cabe perdão – é preciso mais uma vitória, outra grande conquista, um novo triunfo – seja em outro exército, com os remanescentes ou até mesmo outro pelotão.

Ó belicoso General,

Sempre à frente de seu pelotão.

Espada desembainhada na mão

E espesso escudo no coração

Ó sabedor do peso de decisões

O preço mais caro – a vida

Do inimigo, crédito

Dos seus, débito

A sua, justo

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