Feedbacks em processos seletivos

Após os 2 artigos da série sobre entrevista de emprego (Cuidados da entrevista de emprego- Lado A e Cuidados da entrevista de emprego – Lado B), percebi, através dos comentários dos meus amigos do Linkedin, que a questão do suprimento de informações sobre o andamento do processo por parte do selecionador para com o candidato é um ponto crítico.

Resolvi então escrever nesta semana especificamente sobre esse item. Vou tentar deixar mais claro minha opinião a respeito deste tema:

É importante ressaltar que o selecionador não é obrigado a dar retornos aos currículos apresentados. Mesmo que ele quisesse, não teria condições físicas de explicar para 10, 200 ou 500 currículos, a razão do preterimento no processo.

Na fase de avaliação de currículos o volume de trabalho é muito grande e as razões para desclassificação são diversas – inclusive muitos enviam seus currículos sem ter algo a ver com a vaga. As vezes até a própria descrição da vaga é pobre, de modo a confundir o candidato. Portanto, enviar currículo para a vaga e não ter resposta alguma é permitido!

Desse modo, nossa conversa começa a ficar interessante a partir do momento em que se contata o candidato. Depois de uma abordagem por telefone, ou mesmo troca de e-mail tirando dúvidas a respeito da trajetória do profissional, o posicionamento deste em relação ao processo passa a ser obrigatório.

Se o selecionador percebeu, durante a ligação (ou pela resposta ao e-mail), que o profissional não está adequado ao perfil da vaga, ele deve aproveitar o momento para já avisar sobre os pontos de desalinho. O melhor a fazer é dizer logo e não carregar esta pendência – mesmo porque depois fica difícil lembrar essas razoes.

Se o candidato prosseguir no processo, então o selecionador passa a ter um envolvimento ainda maior e as expectativas (de ambas as partes) aumentam. A partir desse momento, se antes o retorno era obrigatório, agora passa a ser um crime – sob pena de ficar recebendo e-mails ou ligações de candidatos preocupados com a evolução do processo.

Portanto, se o candidato estiver diante de um bom profissional de seleção, ele nem precisará entrar em contato para saber sobre o andamento do trabalho – salvo a questão da ansiedade – ou melhor dizendo, da percepção do tempo. Para o recrutador o tempo passa rápido – e muita gente para entrevistar, muitos relatórios e avaliações para fazer… já para o candidato o tempo é lento, a entrevista foi ontem, mas parece que já faz uma semana.

Diante do exposto, minha recomendação é a seguinte:

1) Envie um e-mail no mesmo dia ou até o dia seguinte: dizendo que ficou contente por participar do processo e que está disponível e ansioso para trabalhar na empresa.

2) Se em até 10 dias o selecionador não der uma posição à respeito do processo: outro e-mail pode ser passado, questionado o andamento do mesmo. Atenção: pergunte sobre o andamento do processo e não sobre seu desempenho no mesmo.

3) Se ainda assim não tiver resposta: desista! Não vale a pena ficar cobrando uma posição desse tipo de profissional. Vire a página, siga seu caminho.

4) Caso haja resposta quando do item 2, siga um padrão de acompanhamento, através de e-mails, a cada 7 ou 10 dias (ou pelo prazo acordado pelo selecionador).

Como diz o ditado popular: o combinado não é caro. Portanto, aquele recrutador que combina os momentos e as formas de reporte não é incomodado pelos candidatos aflitos – carentes de informação; e o candidato não se sente mendicante.

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