Usain Bolt entrou para a história! Suas conquistas são indiscutíveis e sua fama já beira o Mito! Essa mistura de: Jamaica + resultados + simpatia + dancinhas e sorrisos transformou nós brasileiros em fãs.
Eu acompanhei as suas provas e muito do que a imprensa falou sobre o astro e, ao final dos jogos, aprendi com ele algumas lições as quais gostaria de compartilhar:
- Sobre concorrência
As melhores marcas atingidas pelo atleta se deram em provas disputadas por grandes concorrentes. Na edição 2016 dos jogos olímpicos, o mito não bateu nenhum recorde e seus ouros foram alcançados com certa facilidade, comprovando a tese do “tubarão no tanque”. Parece que realmente temos uma tendência ao comodismo e que só nos mechemos quando ameaçados.
Mito por mito: Prometeu roubou o fogo de Zeus e o entregou a humanidade e Zeus nos castigou com a inveja, cobiça, emulação
Em uma das baterias das semifinais, Bolt, já classificado, diminuiu o ritimo para poupar energia para as finais. Seu rival, De Grasse, do Canadá, também já estava classificado, portanto assim como Bolt, deveria se poupar – a “regra” estava implícita. Mas graças ao castigo de Zeus, De Grasse tentou superar Bolt, que, ao perceber a aproximação do rival, tratou de acelerar e vencer a prova, alcançando sua melhor marca da temporada.
Imagine ser um atleta e viver na mesma época que Bolt! Imagine ter um concorrente como Bolt! Acho que isso pode ser fonte de inspiração/motivação ou de tristeza/desmotivação – vai depender do quanto você foi tocado por Zeus, não é mesmo?
- Trabalho primeiro, lazer depois
Bolt se comporta de maneira extremamente profissional durante os jogos, mas assim que acabam suas provas ele parte para farra! Sim, claro, afinal ele não é um deus, ele é humano e também tem direito a álcool e sexo! Depois que ele morrer será outra história: ocupará sua merecida cadeira ao lado dos deuses do Olimpo, mas por hora ele é humano. Mas um humano responsável: respeita os treinos, as provas, as regras, os adversários e depois de tanto esforço e dedicação pode enfim comemorar, relaxar e gozar sua glória. Como que nas festas dionisíacas da Grécia Antiga ou no Carnaval do Brasil Atual
“E um dia, afinal / Tinham direito a uma / alegria fugaz / uma ofegante epidemia / Que se chamava carnaval / O carnaval, o carnaval” (Chico Buarque)
- A internet, seus meios de comunicação e viralização
Não temos mais nenhum controle sobre a comunicação. Qualquer Smartphone pode registrar um vídeo ou uma imagem e esta “ganhar a rede” em poucos minutos. Foi o que aconteceu com Bolt após sua festança dionisíaca, sua companheira não hesitou em tirar e compartilhar fotos com o atleta, afinal, de que adianta “ficar” com o Bolt se ninguém ficar sabendo!
A coisa viralizou de tal maneira, que hoje, ao fazer uma rápida pesquisa sobre o Bolt para terminar este artigo, 5 – dos 12 resultados da primeira página do Google – destacavam essa fofoca! Caramba, seus feitos atléticos são quase tão importantes quanto seus feitos, digamos, carnais!?!?
Bom, para mim pouco importa. É um grande mito do atletismo moderno, ficará para a história e muito pude aprender com ele – só não aprendi a correr como ele, mas quem sabe um dia ainda alcanço um “pace” (ritmo) abaixo dos 5:45 (minutos/km)!?