Pão e circo: é carnaval!

Proporcionar “Pão e Circo” é receita antiga para aqueles que querem se manter no poder! “Panem et circenses”, no original em Latim – “teve origem na obra – “Sátira” do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento” (Emerson Santiago).

Meu Deus! Ele disse 100 d.C.? Romanos? Sei não viu, isso está parecendo muito atual e adequado ao nosso país. Não?

Acontece que minha área não é a política e este não é o forvm mais adequado para discuti-la: quero mesmo é ficar com o Panem. Como puderam deixar faltar pão?

Claro que a questão da geração de emprego está diretamente ligada à política. Os gestores dessa grande empresa chamada Brasil têm de cuidar para melhor posicioná-la frente aos desafios econômicos mundiais. Eles têm a responsabilidade de aplicar o dinheiro das taxas e impostos em infraestrutura e tecnologias competitivas, em leis que favoreçam o florescimento das empresas e o giro da economia, e devem cuidar para que os direitos e deveres sejam respeitados.

Mas o principal objetivo deste artigo é chamar a atenção para a nossa responsabilidade nisso tudo. O termo “pão e circo” é uma crítica ao povo e não aos políticos! Era o povo que não queria tratar de política e que só pensava em diversão – os políticos só fizeram atender aos anseios da população. O povo pediu por arenas (up dating: estádios!), festas, teatros!

Mas agora vivemos um momento muito interessante: o mundo parece estar bipartido, entre esquerda e direita. Alguns veem com desânimo ou até mesmo pessimismo, mas eu vejo com otimismo: primeiro porquê parece que mais pessoas estão se preocupando e se posicionando em relação a assuntos políticos/sociais – me parece que o povo agora pede por hospitais, escolas, centros de pesquisa …; e segundo por que tudo indica que um novo modelo está sendo gestado (se ainda não está precisamos então fecunda-lo).

O problema é que: fecundação, gestão e, principalmente o parto, exige muito esforço, dor, desconforto. É aí que entra o Circo!

A festa do carnaval, como conhecemos hoje, é resultado de uma evolução de mais de 3 mil anos, e sua principal razão de ser reside na catarse, ou seja, no poder de expurgar tudo aquilo que está reprimido no nosso consciente e inconsciente, para então renovar forças e seguir “dentro da linha” – respeitando os direitos e deveres que a sociedade nos exige.

Por isso, brincarei bastante o carnaval para depois arregaçar as mangas e dar o meu melhor – no trabalho e na política!

Fontes consultadas:

Emerson Santiago: http://www.infoescola.com/historia/politica-do-pao-e-circo/ – Acessado em fev/2017.

Tales Pinto: http://brasilescola.uol.com.br/carnaval/historia-do-carnaval.htm – Acessado em fev/2017.

Por que alguns treinamentos não funcionam?

Já ouvi de muitos colegas de recursos humanos a queixa de que algumas semanas após a aplicação de um treinamento os profissionais voltam a se comportar como antes.

Vamos refletir um pouco sobre o assunto? Confira no vídeo!

O artigo desta semana foi inspirado em: Beer, Michael; Finnstrom, Magnus e Schrader, Derek.: Por que programas de treinamento não funcionam – e o que fazer. Harvard Business Review Brasil, RFM Editores, Volume 94, Número 10, Outubro de 2016.

A pílula da experiência

Alguém aí sabe onde comprar uma pílula que aumente a nossa experiência? Sim, isso mesmo! Hoje em dia tem pílula para tudo: para emagrecer, para ficar tranquilo, para ficar louco, para acabar com a celulite, para conter hiperatividade, para ganhar mais músculos, para ficar acordado, para correr mais rápido… a lista não para! Mas ainda não inventaram a: “Pílula da Experiência”!

Como seria bom hein!? Bastava tomar alguns comprimidos de tantas em tantas horas e: “Tcharam”! fiquei mais experiente! Agora tomo melhores decisões, antecipo melhor os acontecimentos, desafio ainda mais meu status quo, produzo melhores resultados e me torno mais experiente outra vez.

Mas infelizmente as coisas não são bem assim. Todos nós sabemos do preço a ser pago quando forçamos nosso organismo para muito além daquilo que fora projetado: vício, dependência, lesões, doenças! Sendo assim, ainda bem que não inventaram uma pílula para ganharmos experiência, e nem quero que a encontrem. Teremos que conquistar a experiência: com muito suor, sofrimento, alegrias e amores.

A boa notícia é que existem sim algo para acelerar o processo de ganho de experiência: Leitura e Estudo! Através do estudo e da leitura podemos nos apropriar de grande parte da experiência do autor ou do professor, contribuindo assim para o desenvolvimento de novas regras de julgamento que me acompanharão pelo resto da vida. Portanto, estude!

Acontece que só ler e estudar não basta, é preciso se expor a situações adversas ou desconhecidas ou novas ou tudo isso junto. É preciso arriscar! É preciso coragem! É preciso ver o mundo através da lente do desenvolvimento e não do desempenho. Não mais interessa o quanto fiz, mas sim o como poderei fazer melhor da próxima vez. Portanto, exponha-se a novas – como o próprio nome já diz – experiências!

Não se preocupe com os revezes ou dissabores, primeiro porque são eles que ajudam a temperar a vida e segundo por conseguirem nos tirar da zona de conforto, além do mais, tem uma historiazinha circulando pela internet que fala do discípulo que pergunta ao seu mestre:

– “Mestre, como faço para tomar boas decisões”?

E o mestre responde: – “Ganhando experiência”!

Mas o discípulo persiste: – “E como faço para ganhar experiência”?

Finalmente o mestre responde:

– “Tomando más decisões”!

Incrível, não? por isso digo: arrisque-se! coragem!

E o melhor disso tudo é que existe um efeito sinérgico no ganho de experiência: quanto mais experiência ganhamos, mais experiência ganhamos! É mais ou menos assim: conforme adquiro experiência melhor consigo trabalhar meu julgamento, análise de fatos/dados e desafios de maior complexidade. E quanto melhor trabalho os fatos/dados, julgamento e complexidade, mais experiência adquiro – encontrando assim um círculo virtuoso!

Atenção! Profissionais recomendam ministrar essa pílula diariamente. A quantidade? Bem, esta depende muito do que queres da vida!

Pense fora da caixa

Quem nunca ouviu este conselho: “você tem que pensar fora da caixa”? Esta frase já se tornou clássica no mundo corporativo, afinal, ela significa: veja a situação de outro ângulo, por outro ponto de vista, aceite uma ideia diferente – como também as vezes soa como: se vire, dê seus pulos, mas me traga a solução! E desde que a humanidade iniciou essa grande disputa por dinheiro, mercados, clientes – não mais tivemos paz, só pressão.

Pensar fora da caixa significa pensar diferente, ver as coisas de fora, do alto. É buscar por soluções em “lugares” ainda não explorados. Mas quando nos recomendam, nunca nos orientam ou ensinam em como fazê-lo. As pessoas simplesmente dizem: “você tem que pensar fora da caixa”. Mas, se eu soubesse como fazer para pensar fora da caixa eu já estaria pensando fora da caixa, não é mesmo? É para eu sair da caixa e ver novas possibilidades, um novo mundo fora da caixa, mas se eu soubesse como é o “mundo” fora da caixa eu não mais estaria dentro da caixa. Complicado né!?!?

Vamos recorrer a duas pequenas histórias sobre como pensar fora da caixa:

Charada do ponto de ônibus

Fazia muito frio e chuva e você voltava para sua casa tarde da noite com seu pequeno carro – um carro que cabe apenas 2 pessoas: o motorista e um passageiro -, quando de repente você avista em um ponto de ônibus 3 pessoas: o médico que salvou a sua vida, uma senhora bem velhinha, adoecida, e o grande amor da sua vida.

No seu carro só cabe mais uma pessoa. Oque você faria?

Lembre-se: pense fora da caixa!

O julgamento do inocente

No tempo dos grandes reinos, grandes impérios, havia um ditador injusto, cruel, egoísta e ambicioso. Qualquer cidadão que desrespeitasse suas regras era severamente punido. Quando este ficou sabendo de um vassalo que conquistara o coração de sua filha, tratou logo de procurar um motivo para detê-lo e julgá-lo, o que não foi difícil, haja visto o total desrespeito com os direitos dos cidadãos.

O pobre rapaz foi levado a julgamento, melhor dizendo, a toda aquela encenação, afinal, o resultado já se sabia de antemão. O juiz lhe ofereceu a perpétua ou invés da pena de morte em troca de uma confissão, mas ele era inocente e recusou a negociação. Diante disso o juiz propôs um sorteio: “vou pegar dois pedacinhos de papel, em um escreverei culpado e noutro, inocente. Você escolherá um deles e em voz alta pronunciará a sua sentença”.

Ele não tinha como recusar. Na verdade, a ideia até soava mais justa, afinal um sorteio era melhor do que aquela armação. Mas ele sabia que não podia confiar naquele juiz e de fato tinha razão: o esperto juiz escreveu “culpado” nos dois pedaços de papel, excluindo “inocente” do rol de opção.

O que você faria se estivesse no lugar dele?

Lembre-se: pense fora da caixa!

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As histórias são legais, mas esse negócio de ficar mandando os outros pensar fora da caixa é muito chato! Ao invés de ficar “corneteando” dicas aos quatro cantos, que tal ajudar um pouquinho? Quando pensamos em como pensar (isso mesmo: pensar o pensar = metacognição) fora da caixa, pensamos em questionamentos capazes de abrir a nossa percepção – ampliar os pontos de vista, aumentar o leque de possibilidades, portanto, algumas perguntas podem ser muito bem-vindas:

  • Com que esta situação se parece? Já passei por situações semelhantes?
  • Qual seria a melhor solução se não houvessem restrições?
  • Pense em alguém que admire muito. Se esse alguém estivesse em seu lugar, como resolveria? Como pensaria?
  • Quais outros campos/áreas podem ser explorados?
  • Quem são os envolvidos?
  • Quais valores que estão envolvidos?
  • Quais insights e intuições podem ser obtidos com essa situação?

E não se esqueça de discutir a situação com outras pessoas, principalmente aquelas que você saber que pensa diferente de você – mas trate de escutar direito, com atenção, e não fique preso nos seus próprios julgamentos. No primeiro momento é preciso abrir ao máximo o assunto – explorar por completo o tema, somente após a exaustão é que se deve buscar a síntese, ou seja, o fechamento.

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E por falar em fechamento, ao desfecho das histórias:

No primeiro caso, o melhor a fazer seria: entregar seu carro ao médico, para ele poder levar a velhinha ao hospital e ficar no ponto de ônibus com o grande amor da sua vida!

No segundo, diz a história que o réu retirou um papelzinho das mãos do juiz e imediatamente enfiou na boca e o engoliu. O juiz possesso gritou: “imbecil! Como saberemos agora qual papel tirou”? O aldeão tranquilamente respondeu-lhe: “simples, o que escolhi é exatamente o oposto do que ficaste em suas mãos”!