Gamification e Motivação

O conceito Gamification foi criado em 2003 pelo programador inglês Nick Pelling e hoje vem ganhando espaço no mundo corporativo. Em português é conhecido como Gamificação, levando-nos a concluir que trata-se de transformar algo em um game, um jogo.

É mais ou menos isso, para ficar melhor esclarecido vamos usar a definição de Karl Kapp: “Gamification é a utilização da mecânica, estética e pensamento baseados em games para mobilizar pessoas, motivar a ação promover aprendizagem e resolver problemas”. Ou seja, trata-se do uso de elementos de jogos para o alcance de determinado objetivo.

Muitas organizações têm usado o conceito sob a forma de técnicas para promover aprendizado, desenvolvimento, comprometimento, melhor desempenho. O fato é que os games têm muito a dizer sobre a motivação humana, haja visto que, nas palavras de Flora Alves, “os games são uma superação voluntária de obstáculos desnecessários”.

O que tanto atrai nos games? Por que dedicaria meu tempo para superação de obstáculos desnecessários?

Os estudos da psicologia sobre motivação podem dar algumas pistas. Para a psicologia temos três grandes classes de motivadores: (1) motivos homeostáticos – que são as nossas necessidades físicas e psíquicas em busca de equilíbrio interno; (2) motivos cognitivos – nossas funções intelectuais e cognitivas envolvidas com os atos de pensar, simbolizar, refletir, analisar e solucionar problemas; e por fim (3) motivos sociais – que são nossos relacionamentos, convivência, diversão, aprovação, competição.

Desse modo, podemos ver que os elementos dos games podem acionar nossos motivos cognitivos: como o prazer de passar uma fase, de terminar um quebra cabeça, de resolver uma charada (ou um Sodoku); e nossos motivos sociais: como nos divertir em quanto jogamos em grupo, rivalizarmos as disputas, sermos reconhecidos como competente. Logo, é incontestável o poder motivacional dos jogos.

Portanto, o emprego dos conceitos e elementos de jogos para obtenção de resultados por parte das organizações, abre grandes oportunidades para os aficionados por jogos e seus designers, mostrando que o jogo pode ser bem mais do que uma brincadeira, pode ser uma profissão. Ou será o contrário?

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Artigo originalmente publicado em no Olhar Digital – Gamification: a aposta das empresas para melhorar os resultados