Com quem você transou em 2016?

Aprendi com uma grande amiga que o verbo “transar” traz consigo outros significados, diferentes daqueles relacionados as trocas de carícias íntimas. O aprendizado se deu quando ela me classificou como “ruim de transa”. Confesso que fiquei assustado com o termo, mas ela logo explicou que estava querendo dizer que eu era “ruim de negócio”, “intransigente”.

Quis compartilhar este susto com vocês através do título bombástico deste artigo.

Passado o susto, quero esclarecer que faço uso do verbo “transar” no sentido de: 1. negociar ou fazer operação comercial com; transacionar. 2. chegar a um acordo a respeito de; ajustar, combinar. 3. conseguir, arrumar, arranjar. E acho que podemos até estender um pouquinho mais, sem comprometer o decoro, chegando em 4. gostar de, deleitar-se com, apreciar.

Portanto, minha proposta é refletirmos a respeito das pessoas e da forma como nos relacionamos – com quem e o que transacionamos; com quem e o que acordamos (opa! Mais um susto! “acordamos”: no sentido de fazer acordo e não de despertar ao lado da pessoa querida). A ideia é simples: olhar o passado para então planejar o futuro.

As trocas de informações, favores, recursos, palavras de apoio, conhecimento – são os nutrientes que enriquecem o solo, possibilitando o cultivo daquilo que nos difere dos demais animais – relacionamentos. Os relacionamentos são como o sangue que carrega esses nutrientes, permitindo que cada célula realize com mestria sua função. O grande Gonzaguinha já nos disse certa vez: “Ninguém é feliz sozinho: nem o pobre e nem o Rei”.

Talvez uma tabelinha simples, contendo: nome, tipo de relação, grau de importância da pessoa, expectativas suas para com esta pessoa, expectativas desta pessoa para com você e plano de ações para cultivar a relação, possa ser suficiente.

tabela-transa

Se você, assim como eu, transou muito em 2016, talvez tenha alguma dificuldade em mapear todos esses parceiros. Para facilitar podemos começar pensando nos círculos (ou papéis): amigos, familiares, colegas de trabalho, colegas de escola, clube, associações. Depois, graças ao uso da tecnologia, podemos facilmente verificar as pessoas que mais passamos (e/ou recebemos) e-mails no último ano, com quem mais fizemos reuniões, com quem mais trocamos mensagens no WhatsApp, Facebook, Linkedin, podemos “zapear” nossa agenda de contatos do celular. Enfim, formas de encontrar as pessoas que mais importam para a gente não parece ser tão difícil – O grande desafio então é: encontrar as pessoas com as quais você gostaria de transar em 2017! Mas aí é assunto para o artigo da próxima semana. Aguarde!

Maquiavel e o Velho Noel!

Gosto muito do Natal! Talvez por ter uma família muito grande e que sempre se reuniu nesta data para uma grande confraternização, contando com a presença de parentes geográfica e genealogicamente distantes. Alegria de conversar, de abraçar, de brincar.

As pessoas ficam mais caridosas, tolerantes. O ritmo da vida vai diminuindo, diminuindo, até restar correria apenas nos restaurantes, bares e shoppings.

Mas me parece que as coisas não são bem assim: primeiro você aprende a ganhar presente, depois aprende o real significado da data e por fim começa a dar presentes – tudo parte de um grande plano dos poderosos que conduzem o planeta, mas, por hora quero arguir contra aqueles que criticam este belo feriado, mais adiante desnudarei toda essa farsa.

Para aqueles que criticam o Natal acusando-o de ser uma data comercial, gostaria de lembrar que fazer o comercio “girar” é algo muito saudável para a economia, pois movimenta-se toda uma rede que vai desde indústria primária até terciária. Por que alguém se oporia a isto?

Para os que julgam o Natal como sendo uma “imposição” da Igreja Católica, que se apropriou de outras datas, outros “santos”, outros ritos; tendo a Igreja como algo ruim, danoso – dizendo que cometeu muitos erros e massacres no passado. O que tenho a dizer é que a Igreja cometeu muitos erros, como também cometeu muitos acertos e ajudou muita gente. E isso acontece até hoje – em todas as religiões. Quantos “pastores” fizeram (e fazem) mal-uso do dinheiro dos fiéis? Mas quantos pastores salvam vidas das drogas? Portanto, bem ou mal, bom ou ruim, o Natal é um ritual que nos remete a refletir sobre questões como: fraternidade, caridade, bondade. Por que alguém se oporia a isto?

Mas o plano maior, daqueles que dominam o mundo, é o seguinte: primeiro você é aliciado com presentes e com fantasias – o que faz com que você seja melhor introduzido a um mundo espiritualizado, imaterial e de valores como família, por exemplo. Todo o contato com este lúdico na infância fertilizam o terreno para que nele possa nascer a crença em valores ainda maiores do que a vida – acreditar em alguém que se quer conseguimos provar sua existência: trata-se, sim, de um plano maior para você poder entender o que é “Fé”!

O plano maligno encerra-se em ciclo, quando então você está completamente doutrinado a fazer o bem ao próximo, amar o próximo como a si mesmo, sensibilizar-se com tragédias, doar dinheiro, ou mesmo seu tempo, aqueles que mais necessitam – este é o significado quando disse: “por fim começa a dar presentes”.

Esse é meu presente para vocês: Não importa sua crença, a sua religião, nem mesmo importa se é Natal ou não; O importante mesmo é lembrar, que todos nós somos irmãos.

Suas metas para 2017

Eis que chega a hora do balanço! Mesmo aqueles que avaliam suas vidas em períodos mais curtos, também realizam suas avaliações nesta época do ano. Não tem jeito, é cultural.

O final de ano – aquele momento em que todos tiram o pé do acelerador; quando o judiciário entra em recesso, junto com nossos bandidos profissionais (sim, aqueles do congresso) – nos convida a fazer uma retrospectiva dos últimos 12 meses a fim de desfrutarmos das conquistas, aprendermos com as derrotas e, por fim, estabelecermos novas metas.

Estou muito contente, pois consegui cumprir com uma meta muito especial para mim: escrever (e publicar nas redes) um artigo semanal – foram exatos 52 artigos, não falhou uma sexta-feira se quer. Sempre que abro a minha página de publicações, sinto orgulho em ver minha obra.

Alcançar uma meta dá uma sensação muito boa: empoderamento, realização, sentimento de dever cumprido. Agora posso almejar novos patamares, inclusive, quero aproveitar para registrar que, uma das metas para 2017 será: escrever (e publicar) um livro.

Edwin Lock, no século passado já escreveu sua teoria “Goal Setting & Task Performance” – Teoria do Estabelecimento de Metas -, não nos deixando dúvidas quanto a energia que uma meta importante e desafiadora pode nos conferir; e por aqui, no nosso país tropical, nosso querido Neil Hamilton Negrelli Jr. nos ensinou a regra de ouro: alcance uma meta e faça-se feliz!

Mas é importante lembrar que uma boa meta tem que ser S.M.A.R.T.:

smart

Portanto, meus queridos leitores, agradeço vocês pela audiência, likes, compartilhamentos e comentários; e convido-os a pensar sobre suas metas de: desempenho, aprendizagem e de relacionamentos para 2017.

O futuro do “estado de Flow”

A melhor tradução para a palavra “flow” é “fluir”. Na engenharia, flow é empregado para descrever um fluxo constante e descomplicado de algum fluído (líquido, gasosos) ou da eletricidade. No nosso português empregamos o termo para descrever um estado de fluir.

“Estado de fluir” já era empregado em traduções de conteúdos provenientes das filosofias orientais, pois é o que melhor descreve os estados meditativos, quando a mente em suspensão alcança um estado de pensamento fluido, ou seja, em um fluxo livre, constante, descomplicado. Algo difícil de explicar, melhor é sentir, praticar.

Mas tem uma experiência de fluir que todo mundo já experimentou, o que facilita a explicação: encontramo-nos em estado de flow quando estamos tão absorvidos em uma tarefa, em uma atividade, que sequer vemos o tempo passar – é estar completamente absorto.

Os neurocientistas, analisando as imagens das tomografias computadorizadas do cérebro, identificaram que, durante tal estado, todos os circuitos cerebrais necessários para a melhor execução de uma atividade ficam ativos e dedicados a ela, enquanto que os circuitos desnecessários permanecem completamente inativos. Ou seja, o cérebro está completamente focado naquela atividade. Nada o distrai, nem mesmo o passar do tempo.

Por que o assunto é importante? Porque hoje temos muita dificuldade de nos concentrarmos em uma tarefa ou uma atividade em específico. Somos a todo o momento interrompidos ou assediados pelos assovios das mensagens de textos dos nossos gadgets, os bips de chegada de e-mails ou mesmo o tradicional telefone que toca. É muito difícil nos mantermos focado em algo pelo tempo necessário.

O cérebro é como um músculo – deve ser exercitado: podemos, e até certo ponto devemos exercitá-lo, atuando em duas ou mais tarefas ao mesmo tempo, por exemplo. Mas os pesquisadores advertem: nosso cérebro não foi projetado para isso. Assim fazendo, perdemos, e muito, a eficiência. Portanto não indico este exercício para as tarefas de maior responsabilidade ou complexidade.

Mas acredito que nossas crianças, nascidas na “era” dos tablets e smartphones, e que já começam a exercitar a multifuncionalidade do cérebro durante a sua própria formação, alcançarão poderosos estados de flow – múltiplos e ao mesmo tempo focados.

Cuidado com a baixaria na festa da firma!

Com a chegada de dezembro inicia-se a “temporada de festas de final de ano”, período em que temos que ficar atentos para não cometermos excessos, afinal, é muita tentação: comida, bebida, festas.

Mas a grande atenção deve ser dada as confraternizações das empresas! Afinal, nestas, deve-se manter o decoro – ou você pensou que decoro se aplicava apenas aos parlamentares?

É um pouco complicado misturar álcool (ou mesmo diversão) com trabalho: quero dizer: abusar do álcool, ou mesmo das brincadeiras, na presença do chefe pode não ser uma boa ideia. Quando bebemos diminuímos nosso senso crítico e falamos mais do que normalmente falaríamos: corremos o risco de ofender colegas, ou pior, o chefe, ou ainda “mais pior”, o chefe do chefe! Corremos o risco de parecermos tolos, de fazermos declarações amorosas a colegas compromissados ou a colegas que não compartilham do mesmo sentimento – e até mesmo de avançar o sinal, queimar a largada ou entrar mesmo na contramão.

Bom, depois de aprontar muita baixaria nesses tipos de ocasião, um amigo de um primo meu resolveu escrever algumas sugestões para quem vai enfrentar este tipo de situação:

– Chegue o mais tarde que puder na festa: isso reduzirá o tempo total disponível para a ingestão de álcool, e também te colocará em um grau de sobriedade maior do que o dos seus colegas;

– Beba devagar e intercalando com água: isso te manterá hidratado – contribuindo para a manutenção do seu sistema como um todo: o que incluí raciocínio e coordenação motora; e como na sugestão anterior, também te manterá um ou mais níveis alcoólicos abaixo dos seus colegas;

A ideia é não dar baixaria e não ser inconveniente com os colegas, portanto, combatendo o álcool, a maior probabilidade é de que apresentemos o mesmo comportamento que apresentamos no dia a dia, claro que um pouco mais animado, mais descontraído, porém, ciente de cada palavra que sai da boca – independente do que se tenha pensado ou sentido!

Mas não esqueçamos: é para festejar! brincar! se divertir! Por isso a última sugestão é:

– Dance, dance e brinque muito!: isso ajudará a expurgar os problemas do passado e reforçará o sentimento de grupo – como uma família: que sofre, briga, brinca e cresce junto.

Boas confraternizações!

O Desconfortável Marketing Pessoal

É muito comum em nossos atendimentos de couseling e coaching encontrarmos excelentes profissionais que não se sentem confortáveis em fazer o “tal do marketing pessoal”. Eles se queixam de se sentirem pedantes – não querem parecer exibidos. Esse é um sentimento natural, normal – o problema é justamente o contrário, ou seja: profissionais arrogantes, prepotentes e exibicionistas.

Trabalhei com um profissional que todo ano inventava um grande projeto para justificar seu emprego (e salário). Seus projetos não davam em anda. Nunca se via ou se conseguia mensurar os resultados, mas quando chagava o final do ano lá vinha ele com mais uma novidade. Este profissional era um grande especialista em marketing pessoal: sabia muito bem vender suas ideias e sua imagem – bom, pelo menos por uns 5 anos.

Profissionais competentes estão cansados de assistir casos como este e sua indignação e repulsa faz com que se sintam muito mal alardeando seus feitos. E isso só complica ainda mais nosso “teatro organizacional”, pois assim sendo: bons profissionais se acanham enquanto profissionais medíocres se inflam.

Com a intenção de motivar os bons profissionais a exibirem com mais frequência suas competências e resultados, quero primeiramente separar o joio do trigo: Marketing pessoal é uma coisa, propaganda é outra; e propaganda enganosa é ainda outra coisa.

Temos que pensar o marketing pessoal como um estudo de mercado, ou seja: oferta x demanda; atributo de produtos; diferencial competitivo; estratégias de posicionamento; precificação; e, claro, propaganda, divulgação.

Nesse ponto, aproveito para indicar o vídeo do meu grande amigo (e mentor), José Antônio Rosa.

Portanto, a parte mais importante do Marketing pessoal não consiste na propaganda: se toda a estratégia de marketing for bem estudada, bem planejada e bem executada, a propaganda tende a ser facilitada. A alta gerencia, percebendo os resultados, logo atribuirá valor ao responsável – como acontece com o “boca a boca” sua imagem profissional será divulgada, além do mais, sabemos que quando se tem um bom produto, fazer propaganda fica muito mais fácil. E quando o assunto for trabalho em equipe, a coisa fica ainda mais fácil! Exultar seu time nunca soará arrogante, pelo contrário, é sinal de nobreza atribuirmos o resultado ao grupo. Ademais, mesmo que um time tenha a figura de um grande atacante, quando o sucesso acontece, todos os membros que melhor desempenharam são identificados e creditados.

Propaganda, quando se trata de marketing pessoal, nada mais é do cuidar da sua imagem, servir de exemplo e gerenciar o impacto que tem causado nas pessoas.

Se este texto te ajudou a se sentir mais confiante em divulgar suas competências, compartilhe, quem sabe assim poderemos ampliar a quantidade de bons profissionais praticando o marketing pessoal.

Eu sou uma farsa?

Sociólogos e antropólogos – e até mesmo o pessoal do marketing, já descobriram que o ser humano tem o costume de se mostrar melhor do que realmente é. Respostas para perguntas simples, como por exemplo questões a respeito da alimentação que uma mãe fornece à sua família, são facilmente distorcidas se aproximando mais da forma como a mãe gostaria que fosse – da forma como ela entende ser ideal – do que da forma como realmente acontece no seu dia-a-dia.

Um candidato a uma vaga de emprego tende a fornecer respostas que reforcem seus pontos positivos e, no mínimo, escondam os negativos. No extremo: fornecem a resposta certa, que não necessariamente é “a sua” resposta – mais uma vez: respondem como gostariam que fosse e não como realmente são.

As redes sociais, mais especificamente Facebook, Instagram e Snapchat fornecem um grande palco para assistirmos esse maravilhoso espetáculo! Lá todo mundo é bonito, sincero, ético, ecológico e altruísta, mas basta conhecer um pouco mais a pessoa para começar a enxergar a defasagem entre o que se fala ou se posa e o que realmente faz ou é.

Mas, como sou um otimista por natureza, consigo ver isto pelo lado bom: talvez desejar ser bonito, sincero, ético, ecológico ou altruísta seja o primeiro passo para começar a sê-lo. Sim, mesmo que seja apenas um descompromissado querer. Uma coisa é fazer a coisa errada, outra coisa é fazer o errado sabendo o certo. Uma coisa é vestir-se mal (cafona ou demasiadamente sensual) sem perceber, outra coisa é vestir-se mal propositadamente.

Portanto, graças as redes sociais hoje temos condições de visualizar o correto (neste caso: o correto segundo os padrões da sociedade), o certo a se fazer – e assim primeiramente sonhamos (desejamos) ser (e agir) de acordo; mas aqueles que conseguem acordar do sonho para então calcular a diferença entre o que é e o que gostaria de ser: esses sim conseguirão alcançar alguma evolução.

P.S.: estou trabalhando nas minhas diferenças, qual sejam: aquelas entre o que escrevo e o que realmente pratico. emoticon1

Contrate pelo Potencial, e não só pelas competências!

O tradicional modelo de contratação por competências já está ficando defasado: carente de um “up grade”. O fato é que o conceito de competências está fundamentado na crença de que “o desempenho passado pode predizer o desempenho futuro”, ou seja: se um determinado profissional mobilizou conhecimento, habilidades e recursos com maestria, produzindo assim excelentes resultados a probabilidade que ele consiga repetir tal feito em outras situações é grande – grande o suficiente para contratá-lo!

Mas acontece que os negócios estão ganhando complexidade em proporções exponenciais. Fenômenos como: rupturas tecnológicas, competitividade entre as empresas e globalização estão tornando praticamente impossível predizer o desempenho de profissionais – tamanho grau de alteração do contexto.

A solução para melhorar a assertividade nos recrutamentos é a avaliação do potencial do profissional, e não só das competências – essa é a proposta de Claudio Fernández-Aráoz, em seu artigo: Caça a talentos no século XXI, publicado na edição de julho de 2014 na Harvard Business Review.

Fernández-Aráoz entende potencial como “a capacidade de se adaptar e crescer em cargos e ambientes cada vez mais complexos”; “capacidade de aprender, crescer e se adaptar a novos ambientes” e propõe uma forma para medi-lo, através de 5 indicadores:

Motivação: pessoas com alto potencial têm grandes ambições e querem deixar sua marca (mas isso através de metas coletivas e objetivos altruístas) e ao mesmo tempo demonstram humildade pessoal.

Curiosidade: buscam novas experiências e conhecimentos. São abertos à aprendizagem e a mudança.

Percepção: é a capacidade de reunir e dar sentido a informações que indicam novas possibilidades.

Engajamento: habilidade para usar a emoção e a lógica para comunicar uma visão convincente e conectar-se com as pessoas.

Determinação: esforço necessário para lutar por objetivos difíceis, desafios e recuperar-se da adversidade.

Claro que podemos dizer que esses 5 indicadores não deixam de ser como 5 competências: motivação, curiosidade e determinação são atitudes; percepção e engajamento são habilidades e todas essas 5 são proporcionalmente potencializadas conforme o nível de conhecimento. De qualquer forma, o conjunto dessas competências conferem ao indivíduo a capacidade de aprender, adaptar e crescer em ambientes complexos e em profunda transformação.

Não posso deixar de lembrar que: de nada adianta contratar um HiPo (abreviação de “higth potential” – profissional de alto potencial) e não lhe dar autonomia, ou ainda pior: não desafiá-lo!

Quero concluir o artigo com essa frase do Fernández-Aráoz:

“Empurrar seus altos potenciais para cima numa escada reta em direção a mais trabalhos, orçamentos e equipes vai dar continuidade ao crescimento deles, mas não vai acelerá-lo. Atribuições diversas, complexas, desafiadoras e desconfortáveis vão”.

O Trabalho e os Dias

Gente é tão louca e no entanto tem sempre razão: quando consegue um dedo já não serve mais quer a mão.

E o problema é tão fácil de perceber: é que gente – gente nasceu pra querer.

– Raul Seixas

Essa fonte inesgotável de desejo, essa vontade insaciável: esse querer sempre mais – é um malicioso castigo divino! Castigo que Zeus aplicou a humanidade por Prometeu ter nos trazido o fogo do Olimpo! Mas, como tudo que é divino, nunca saberemos ao certo se é castigo ou presente, afinal, essa vontade é o que nos move – mas, ao mesmo tempo: essa vontade é o que nos consome.

Podemos (e devemos) desejar muito, desejar alto ou até mesmo desejar sublime – isso com toda certeza produzirá energia e força. Mas, para não ficarmos presos na armadilha de um “querer sem fim” temos de lembrar que a felicidade está na jornada e não do objetivo.

Ficamos tão obstinados com nossas metas e objetivos que nos esquecemos de apreciar a paisagem. Na sabedoria oriental isso se chama viver o presente, ou seja, estar plenamente focado naquilo que se está fazendo – esquecendo-se por um momento da meta e vivendo intensamente o momento presente: “o fazer”. Funciona mais ou menos assim:

Quando seu time está ganhando por apenas um ponto você fica desesperado olhando para o cronômetro e torcendo para o tempo passar rápido. E o que acontece na prática? O tempo parece parar! O jogo se torna angustiante e a ansiedade toma conta do seu corpo. Agora, se o time abre grande vantagem no placar, o jogo se torna bonito, divertido, prazeroso e você sequer percebe o tempo passar.

Mas mais difícil ainda é a saudade: quando se espera alguém amado o relógio simplesmente parece parar.

Meu amor não se atrase na volta não, meu amor.
Mandei uma mensagem a jato / pras entidades do tempo já me foi verificado que nem mesmo haverá segundo
que os minutos foram reavaliados / pra cada suspiro serão 10 contados
– Céu

Depois, junto da pessoa amada: nem se percebe o tempo passar!

Será que conseguimos realmente aproveitar o tempo presente em sua plenitude? Ou o final de semana já acabou e o relógio agora está funcionando no “modo segunda-feira”? Se ficarmos presos nesta armadilha viveremos ansiosos pelo “dia da festa” que demora chegar, e arrependidos daquilo que podíamos ter feito na “festa que passou”!

Portanto:

(1) aproveitemos o castigo divino para desejar assaz;

(2) aproveitemos a força da ansiedade para nos preparar para o “grande dia”;

(3) aproveitemos o momento presente para agir – para nos entregarmos por completo nas atividades que sabemos levar ao nosso desejo;

(4) comemoremos cada conquista (por mais simples que seja) com aqueles que nos ajudaram e aqueles que amamos;

(5) não esqueçamos de apreciar a vista da janela!

Você já jogou Business Bingo?

Quem me conhece mais de perto sabe o quanto gosto de usar o humor para aprender, discutir, construir e transmitir conhecimento. Sabe também o quão critico costumo ser com o funcionamento do “mundo organizacional”. Claro que não devemos generalizar – existem empresas e gestores excelentes -, a questão é que quando nos deparamos aquelas disfuncionais é melhor rir do que chorar.

Se você trabalha em uma empresa dessas não deixe de ler atentamente a este artigo, que apresenta a solução para suportar as improdutivas reuniões e ainda por cima galgar altas posições hierárquicas: o business bingo!

Existem duas versões do jogo, vejamos:

1 – Cada participante escolhe uma cartela que contem palavras-chave – frequentemente utilizadas no mundo corporativo:

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A medida em que as palavras vão sendo ditas durante a reunião, o participante vai marcando em sua cartela e o primeiro que completá-la ganha: Bingo!

2 – Imprima a tabela abaixo e leve para reunião. Veja como você pode montar lindas frases de impacto combinando qualquer uma das linhas: leia da esquerda para direita (coluna A para coluna D) e alterne aleatoriamente as linhas. Perceba como soam bonitas as frases. Com toda certeza você fará grande sucesso na reunião.

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É impressionante a quantidade de empresas e de profissionais que praticam esses eloquentes discursos que, quanto tentamos traduzi-los, logo percebemos que pouco ou nada nos dizem.

Como já disse antes: são muitos relatórios, gráficos, planilhas, PowerPoints, jargões – mas o que importa mesmo é o que fazemos com essas informações: quais ações, quais medidas tomamos: muitas vezes o menos vale mais!