Como desenvolver competências

Competência é o termo que melhor traduz, nos dias de hoje, a contribuição dos profissionais para com o resultado da empresa, afinal, competência é a forma como o profissional mobiliza seus recursos (conhecimento, habilidades e atitudes) para resolver os problemas e/ou gerar resultado para a organização. Por isso, as empresas vêm adotando o modelo de “Gestão por Competências” para melhor desenvolver seus recursos humanos, logo, alcançar resultados.

Minha proposta para este artigo é refletir sobre como desenvolver competências e para isso, gostaria de aprofundar um pouco mais no conceito, trazendo a decomposição que fiz baseado na definição de competência de Maria Tereza Leme Fleury (em meu artigo “Crowdsourcing: Competências” aprofundo um pouco mais o conceito – vale a leitura).
competencia 2

Podemos decompor qualquer competência em 3 fatores: conhecimento, habilidades e atitudes, tornando mais fácil nossa reflexão, vejamos:

Como desenvolver o conhecimento?

O conhecimento pode ser desenvolvido com os estudos: livros, aulas, palestras. Quando o conhecimento é explícito, ou seja, explicável – fica fácil registrá-lo e transmiti-lo, mas quando o conhecimento é tácito, ou seja, implícito – fica difícil de descrevê-lo, logo, transmiti-lo. O conhecimento tácito se dá através da observação, experimentação e experienciação. Mas seja ela fácil ou difícil, explícito ou tácito, o que importa para nós no momento é que ele pode ser desenvolvido através das formas tradicionais que há milênios conhecemos: escola, pesquisa, fóruns, livros, vídeos.

Como desenvolver habilidades?

Falar em habilidade imediatamente nos remete à prática, a destreza – mas não esqueçamos: o conhecimento também se faz presente. Na verdade, é a soma do conhecimento e da prática – quanto mais conhecemos e mais praticamos, mas hábil nos tornamos – como disse o golfista Tiger Woods: passei a ter sorte quando comecei a treinar 10 horas por dia.

Para desenvolver habilidade é preciso muita prática, repetição e exposição gradativa a outros níveis de complexidade. Mais uma vez vou recorrer ao mundo dos esportes: imagine um jogador de futebol. Durante toda sua infância ele praticou (nas “peladas” e nos “babas”) e foi adquirindo cada vez mais destreza, apenas observando e sentindo os efeitos de cada movimento seu e da bola. Depois, quando jovem, entrou para um pequeno time local, onde começou a receber informações teóricas sobre: técnicas de como bater na bola, como se posicionar em campo, como funciona o corpo e os músculos, enfim, muito conhecimento teórico – agora ele pratica o esporte de outra forma, mais madura, mais consciente – é muito mais habilidoso!

Recomendo outro artigo interessante sobre como acelerar o ganho de experiência – “A pílula de experiência

Como desenvolver atitudes?

Sempre deixo o melhor para o final! Como posso fazer para criar melhores atitudes? Ou seja, atitudes mais saudáveis e produtivas?

Atitude vem do italiano Attitudine: “postura, disposição”. No Houaiss aparece como: 1. pose, posição, postura; 2. comportamento ditado por disposição interior; 3. conduta; 4. posição assumida, norma ou forma de proceder, orientação – vou adotar postura e orientação para esta reflexão.

Vamos ver o exemplo de um profissional divertido, engraçado e brincalhão – perfil bastante interessante: gostoso trabalhar com gente assim, não? deixa o clima leve, o trabalho fluido e as pessoas bem-humoradas. O problema é que para obter uma promoção à gerencia é preciso que ele mude sua atitude, é preciso que ele seja um pouco menos brincalhão, mais sério – pois a equipe pode entender como descompromisso (não só com a empresa, como também com suas responsabilidades de líder) e alguns podem até abusar da sua “boa vontade”.

O que você recomendaria para esse profissional?

O primeiro passo para uma mudança de atitude acontecer é o reconhecimento da necessidade de mudar. Nossas posturas e orientações normalmente são automáticas, pré-estabelecidas – fazemos sem nem perceber que fazemos.

Uma vez entendido a necessidade de mudar, podemos fazer uso conhecimento estudando sobre o assunto e sobre si – neste caso o profissional poderia ler mais sobre gestão de negócios e de pessoas, sobre comportamento humano e sobre si. A medida em que se amplia o conhecimento teórico sobre o assunto, é possível realizar pequenos experimentos com diferentes comportamentos, passando então a desenvolver novas habilidades – tudo isso se mistura, com efeito sinérgico e exponencial, ou seja: eu estudo, pratico e me comporto:

diamica do desenvolvimenot de competencias

Quando essa dinâmica alcançar um nível profundo de novos significados, chegaremos ao âmago da atitude: as crenças. No fundo, o que guia nossas atitudes são nossas crenças – por exemplo: se acredito que todo político é corrupto, terei uma atitude hostil sempre que os vir.

No nosso exemplo, talvez o profissional opere com a crença de que o trabalho tem que ser divertido, que trabalhar brincando é mais produtivo. Mas agora ele tem que ressignificar o trabalho, acrescentando: O trabalho tem que ser divertido, mas há situações em que o estresse é inevitável e até mesmo produtivo – pois, em precisas doses, nos desafia a crescer.

Desenvolver competências não é tarefa fácil, mas pode ser divertido. Eu tenho uma atitude positiva diante do assunto, pois me baseio na crença de que o ser humano está em construção e que eu não preciso ser o melhor profissional, só preciso ser hoje melhor do que fui ontem!

Pense fora da caixa

Quem nunca ouviu este conselho: “você tem que pensar fora da caixa”? Esta frase já se tornou clássica no mundo corporativo, afinal, ela significa: veja a situação de outro ângulo, por outro ponto de vista, aceite uma ideia diferente – como também as vezes soa como: se vire, dê seus pulos, mas me traga a solução! E desde que a humanidade iniciou essa grande disputa por dinheiro, mercados, clientes – não mais tivemos paz, só pressão.

Pensar fora da caixa significa pensar diferente, ver as coisas de fora, do alto. É buscar por soluções em “lugares” ainda não explorados. Mas quando nos recomendam, nunca nos orientam ou ensinam em como fazê-lo. As pessoas simplesmente dizem: “você tem que pensar fora da caixa”. Mas, se eu soubesse como fazer para pensar fora da caixa eu já estaria pensando fora da caixa, não é mesmo? É para eu sair da caixa e ver novas possibilidades, um novo mundo fora da caixa, mas se eu soubesse como é o “mundo” fora da caixa eu não mais estaria dentro da caixa. Complicado né!?!?

Vamos recorrer a duas pequenas histórias sobre como pensar fora da caixa:

Charada do ponto de ônibus

Fazia muito frio e chuva e você voltava para sua casa tarde da noite com seu pequeno carro – um carro que cabe apenas 2 pessoas: o motorista e um passageiro -, quando de repente você avista em um ponto de ônibus 3 pessoas: o médico que salvou a sua vida, uma senhora bem velhinha, adoecida, e o grande amor da sua vida.

No seu carro só cabe mais uma pessoa. Oque você faria?

Lembre-se: pense fora da caixa!

O julgamento do inocente

No tempo dos grandes reinos, grandes impérios, havia um ditador injusto, cruel, egoísta e ambicioso. Qualquer cidadão que desrespeitasse suas regras era severamente punido. Quando este ficou sabendo de um vassalo que conquistara o coração de sua filha, tratou logo de procurar um motivo para detê-lo e julgá-lo, o que não foi difícil, haja visto o total desrespeito com os direitos dos cidadãos.

O pobre rapaz foi levado a julgamento, melhor dizendo, a toda aquela encenação, afinal, o resultado já se sabia de antemão. O juiz lhe ofereceu a perpétua ou invés da pena de morte em troca de uma confissão, mas ele era inocente e recusou a negociação. Diante disso o juiz propôs um sorteio: “vou pegar dois pedacinhos de papel, em um escreverei culpado e noutro, inocente. Você escolherá um deles e em voz alta pronunciará a sua sentença”.

Ele não tinha como recusar. Na verdade, a ideia até soava mais justa, afinal um sorteio era melhor do que aquela armação. Mas ele sabia que não podia confiar naquele juiz e de fato tinha razão: o esperto juiz escreveu “culpado” nos dois pedaços de papel, excluindo “inocente” do rol de opção.

O que você faria se estivesse no lugar dele?

Lembre-se: pense fora da caixa!

————————-

As histórias são legais, mas esse negócio de ficar mandando os outros pensar fora da caixa é muito chato! Ao invés de ficar “corneteando” dicas aos quatro cantos, que tal ajudar um pouquinho? Quando pensamos em como pensar (isso mesmo: pensar o pensar = metacognição) fora da caixa, pensamos em questionamentos capazes de abrir a nossa percepção – ampliar os pontos de vista, aumentar o leque de possibilidades, portanto, algumas perguntas podem ser muito bem-vindas:

  • Com que esta situação se parece? Já passei por situações semelhantes?
  • Qual seria a melhor solução se não houvessem restrições?
  • Pense em alguém que admire muito. Se esse alguém estivesse em seu lugar, como resolveria? Como pensaria?
  • Quais outros campos/áreas podem ser explorados?
  • Quem são os envolvidos?
  • Quais valores que estão envolvidos?
  • Quais insights e intuições podem ser obtidos com essa situação?

E não se esqueça de discutir a situação com outras pessoas, principalmente aquelas que você saber que pensa diferente de você – mas trate de escutar direito, com atenção, e não fique preso nos seus próprios julgamentos. No primeiro momento é preciso abrir ao máximo o assunto – explorar por completo o tema, somente após a exaustão é que se deve buscar a síntese, ou seja, o fechamento.

—————————–

E por falar em fechamento, ao desfecho das histórias:

No primeiro caso, o melhor a fazer seria: entregar seu carro ao médico, para ele poder levar a velhinha ao hospital e ficar no ponto de ônibus com o grande amor da sua vida!

No segundo, diz a história que o réu retirou um papelzinho das mãos do juiz e imediatamente enfiou na boca e o engoliu. O juiz possesso gritou: “imbecil! Como saberemos agora qual papel tirou”? O aldeão tranquilamente respondeu-lhe: “simples, o que escolhi é exatamente o oposto do que ficaste em suas mãos”!

Recomeçar

Recomeçar nunca é fácil, já começar, por exemplo, é mais fácil: é o novo, é uma escolha – é quando resolvemos iniciar algo, é uma opção – ninguém começa algo que não queira começar, não é mesmo? Mas recomeçar é diferente: é ter de fazer novamente algo que já foi feito, é reconstruir, recuperar algo que um dia existiu. Isto envolve uma sensação de retrabalho, logo, um sentimento de desperdício de recursos.

Mas será que é mesmo um desperdício de recursos? Talvez recomeçar possa ser uma oportunidade de transformação e de evolução. Quando se constrói algo pela segunda vez, tem-se a oportunidade de aproveitar a experiência anterior para realizar algo deveras superior – pode-se adequar às novas realidades do mercado, às novas tecnologias e, com certeza, não incorre-se os mesmo erros.

Recomeçar é um investimento compulsório – é quando você não escolhe investir, mas é escolhido: normalmente um intempérie climático, um acidente, uma crise econômica, uma demissão. Mas muito cuidado ao transferir as causas a fatores externos – em quase todos os casos existe uma participação nossa no evento – procurar sua parcela de culpa é o melhor exercício para o recomeço – é onde podemos enxergar claramente o que fazer diferente na próxima vez.

Em nosso trabalho de consultoria assistimos a muitos profissionais em momento de transição de carreira – profissionais que foram desligados de seus empregos e que estão em busca de uma nova posição no mercado de trabalho, ou em alcançar o sucesso em algum empreendimento. Posso falar com propriedade sobre casos de pessoas que:

– arrumaram um novo, e melhor,  emprego

– realizaram grandes mudanças de carreira, e hoje se sentem realizadas

– empreenderam e se realizaram como donos de seus próprios negócios

As vezes é preciso um empurrão para tomarmos coragem!

Resido e trabalho no bairro Sumaré, em São Paulo, onde há uma lanchonete que conheço desde da minha tenra infância – na  verdade ela já existia bem antes de eu nascer. É uma lanchonete famosa devido a sua tradição e por ser vizinha da antiga TV TUPI, depois SBT, depois MTV e mais recentemente (não exatamente no mesmo prédio) ESPN.

Até o ano passado era essa sua fachada:

real1

Quando então sofreu um grande golpe: a queda de uma das grandes e tradicionais árvores do bairro, durante as ordinárias chuvas de monções de São Paulo:

Recentemente estive lá para almoço e fiquei maravilhado com a mudança:

Não só mudaram sua estrutura física, como também o cardápio e mantiveram o bom atendimento. Com certeza foram obrigados a fazê-lo, com certeza precisaram de muito dinheiro para tanto, mas não tenho dúvida do retorno (assim como seus proprietários). O cardápio não sofreu com o impacto da árvore, mas ele também foi “recomeçado”.

Não quero parecer hipócrita a discursar sobre motivações para o recomeço – sei  que existem perdas irreparáveis, como quando se perde um ente querido, por exemplo, onde recomeçar sem a pessoa amada é tarefa que beira o impossível, mas é preciso enxergar toda e qualquer oportunidade para seguir em frente, pois, na verdade – e com o perdão da franqueza, só existem duas opções: “recomeçar ou recomeçar”! Qual você escolhe?

——————————-

Fonte das Fotos:

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/05/1771935-fachada-de-lanchonete-e-destruida-pela-chuva-em-perdizes-em-sp.shtml

http://exame.abril.com.br/brasil/tempestade-deixa-1-morto-8-feridos-e-bairros-sem-luz-em-sp/

https://www.yelp.com.br/biz_photos/real-s%C3%A3o-paulo-2?select=w7XZvH7kgRmZfZ4wlzmwkg

Pode ser arriscado, mas a recompensa é grande!

Na semana passada postamos no nosso Instagram (ricardo_xavier_rh) a mensagem que se encontra na imagem do tema deste artigo e uma grande amiga perguntou se tratava-se de um artigo ou se era apenas uma mensagem. Fiquei curioso e a questionei sobre sua expectativa em relação ao desenvolvimento do tema e decidi desenvolver algo a respeito.

“Quanto maior o risco, maior a recompensa” parece ser mais uma das leis da natureza! Digo da natureza, pois ela se aplica desde as coisas mais simples, como a escalada de uma montanha; passando pela adrenalina dos esportes radicais; e chegando aos investimentos do mercado financeiro! Como pode? A regra parece se aplicar a tudo! Podemos então concluir que: é humano!

Mas o que acontece conosco? O faz com que nos submetamos a essa lei?

Quando pensamos em termos de investimentos: mercado financeiro ou empreendimentos fica mais fácil entender, afinal, o risco afasta as pessoas, gerando assim menor concorrência, de modo que, caso o investimento (ou ideia) der certo, você colher-se-á os frutos sozinho. No mercado financeiro é mais ou menos assim: é você apostando contra todos – se perder, terá de pagar todo mundo; mas se ganhar, receberá de todos!

Mas, e quando pensamos numa simples escala nas montanhas? Quando subimos ao cume de uma montanha estamos em contato não só com o risco (a depender da escalada o risco pode ser bem pequeno), como também com o esforço: o que pode potencializar a recompensa: chegar ao cume e relaxar apreciando a bela vista. Quanto maior for o risco e o esforço necessário para alcançar o topo, mais prazeroso será esse relaxamento e a apreciação da vista.

Enfim, damos valor aquilo que é raro! se é arriscado e/ou trabalhoso, poucos o farão!

No mercado de trabalho vemos algumas recompensas (como bônus, premiações e promoções) para aqueles que se dedicam, mas é bem mais difícil vermos recompensas para aqueles que se arriscam. Se um vendedor, por exemplo, adota uma estratégia arriscada em uma negociação com um cliente e a estratégia dá certo, sua percentagem de comissionamento será a mesma (claro que ele poderá ganhar mais por ter vendido por um preço maior, mas aqui fica claro a desproporcionalidade na equação risco x recompensa). Se um gerente assume o risco de um crédito de um cliente e ao final da operação, consegue receber tudo que fora compromissado, ele nada ganhará a mais por isso, em compensação, se o cliente não honrar com os compromissos, há uma grande chance desse gerente pagar o preço com seu emprego. Muitas vezes um atendente que se arrisca, ao fugir do protocolo de atendimento, para resolver uma queixa do cliente, e obtém êxito não recebe nem mesmo um parabéns por parte da chefia.

Os profissionais com perfil mais arrojado, mais “agressivos”, têm de ter paciência para passar pelas primeiras fases da carreira – cargos que permitem pouca participação da estratégia -, pois eles só poderão arriscar e obter recompensas proporcionais quando estiverem participando da estratégia ou quando a frente dos negócios. Do contrário, empreenda!

Portanto, só se arrisque, só se esforce, se acreditar que a recompensa será válida – lembrando que recompensa não é só dinheiro – também pode ser: reconhecimento (status), aceitação (pertencimento) e até mesmo: adrenalina!

3 lições que aprendi com Usain Bolt

Usain Bolt entrou para a história! Suas conquistas são indiscutíveis e sua fama já beira o Mito! Essa mistura de: Jamaica + resultados + simpatia + dancinhas e sorrisos transformou nós brasileiros em fãs.

Eu acompanhei as suas provas e muito do que a imprensa falou sobre o astro e, ao final dos jogos, aprendi com ele algumas lições as quais gostaria de compartilhar:

  1. Sobre concorrência

As melhores marcas atingidas pelo atleta se deram em provas disputadas por grandes concorrentes. Na edição 2016 dos jogos olímpicos, o mito não bateu nenhum recorde e seus ouros foram alcançados com certa facilidade, comprovando a tese do “tubarão no tanque”. Parece que realmente temos uma tendência ao comodismo e que só nos mechemos quando ameaçados.

Mito por mito: Prometeu roubou o fogo de Zeus e o entregou a humanidade e Zeus nos castigou com a inveja, cobiça, emulação

Em uma das baterias das semifinais, Bolt, já classificado, diminuiu o ritimo para poupar energia para as finais. Seu rival, De Grasse, do Canadá, também já estava classificado, portanto assim como Bolt, deveria se poupar – a “regra” estava implícita. Mas graças ao castigo de Zeus, De Grasse tentou superar Bolt, que, ao perceber a aproximação do rival, tratou de acelerar e vencer a prova, alcançando sua melhor marca da temporada.

Imagine ser um atleta e viver na mesma época que Bolt! Imagine ter um concorrente como Bolt! Acho que isso pode ser fonte de inspiração/motivação ou de tristeza/desmotivação – vai depender do quanto você foi tocado por Zeus, não é mesmo?

  1. Trabalho primeiro, lazer depois

Bolt se comporta de maneira extremamente profissional durante os jogos, mas assim que acabam suas provas ele parte para farra! Sim, claro, afinal ele não é um deus, ele é humano e também tem direito a álcool e sexo! Depois que ele morrer será outra história: ocupará sua merecida cadeira ao lado dos deuses do Olimpo, mas por hora ele é humano. Mas um humano responsável: respeita os treinos, as provas, as regras, os adversários e depois de tanto esforço e dedicação pode enfim comemorar, relaxar e gozar sua glória. Como que nas festas dionisíacas da Grécia Antiga ou no Carnaval do Brasil Atual

“E um dia, afinal / Tinham direito a uma / alegria fugaz / uma ofegante epidemia / Que se chamava carnaval / O carnaval, o carnaval” (Chico Buarque)

  1. A internet, seus meios de comunicação e viralização

Não temos mais nenhum controle sobre a comunicação. Qualquer Smartphone pode registrar um vídeo ou uma imagem e esta “ganhar a rede” em poucos minutos. Foi o que aconteceu com Bolt após sua festança dionisíaca, sua companheira não hesitou em tirar e compartilhar fotos com o atleta, afinal, de que adianta “ficar” com o Bolt se ninguém ficar sabendo!

A coisa viralizou de tal maneira, que hoje, ao fazer uma rápida pesquisa sobre o Bolt para terminar este artigo, 5 –  dos 12 resultados da primeira página do Google – destacavam essa fofoca! Caramba, seus feitos atléticos são quase tão importantes quanto seus feitos, digamos, carnais!?!?

Bom, para mim pouco importa. É um grande mito do atletismo moderno, ficará para a história e muito pude aprender com ele – só não aprendi a correr como ele, mas quem sabe um dia ainda alcanço um “pace” (ritmo) abaixo dos 5:45 (minutos/km)!?

Lean Start-up

As Start-ups estão na moda. O mito de hoje é crer que qualquer um pode se tornar um milionário da noite para dia na garagem da casa da sua mãe. Mas, como disse o filósofo Alain de Botton: as chances de isso acontecer não são maiores do que as chances de um plebeu se tornar um aristocrata na França do século XVIII. Portanto, aprender sobre o conceito de lean start-up é fundamental para quem quer concorrer nesta loteria.

Uma tradução literal para Lean Start-up seria “Empresa nova e enxuta”. O termo, assim como sua filosofia, foi emprestado da indústria: do Lean Manufacturing, que consiste na fabricação enxuta. Ou seja, Lean Start-up seria iniciar uma empresa da maneira mais enxuta possível.

Segundo a Wikipedia, o conceito foi produzido por Eric Ries e consiste em um processo usado por empreendedores para desenvolver produtos e mercados. Mas é a filosofia por de trás deste conceito que mais me atrai: errar cedo e aprender rápido com o próprio erro.

Desse modo, a ideia é produzir um protótipo mínimo necessário para rapidamente validar com o consumidor a sua ideia – coletando informações sobre o mercado e os clientes de modo a reestruturar o projeto logo no início. Aliás, muitos procuram por clientes para desenvolverem juntos o projeto (“projeto piloto”, por exemplo).

Essa metodologia é bastante similar a uma outra: o Design Thinking. Na verdade, o Design Thinking é parte integrante do Lean Start-up, pois ele também preconiza o envolvimento do cliente logo no início para testes em protótipos. A diferença é que no Lean Start-up pensamos como empresa – no todo, portanto a racionalização dos recursos se aplica a todos departamentos (administrativo, RH), enquanto que o Design Thinking fica mais restrito ao desenvolvimento do produto e do mercado.

Não poderia deixar de falar em outra ferramenta fundamental para o planejamento estratégico de uma Start-up: o Canvas, que nada mais é do que um quadro (uma matriz) para o exercício de modelagem de negócios. Apresento abaixo a matriz, poupando assim as explicações necessárias.

CANVAS

Se você quiser aumentar as probabilidades de sucesso em sua empreitada, além de aplicar o exercício do Canvas, recomendo a leitura de The Lean Startup, de Eric Ries e The Startup Owner Manual, de Steve Blank. E sobre design thinking, o livro Design Thinking Brasil, de Tennyson Pinheiro e Luis Alt vale a pena a leitura.

Hackers e a economia colaborativa

O mundo está se transformando em velocidade exponencial. A tecnologia vem provocando mudanças disruptivas, ou seja, mudanças muito mais profundas com transformações que quebram por completo o sistema em funcionamento.

Vejamos alguns exemplos:

  1. Smartphone: transformou por completo a indústria de celulares, e ainda causou grande impacto nas indústrias de telefonia móvel e de computadores.
  2. Ipod: junto com a internet transformou por completo a indústria da música.
  3. Facebook, Instagram e Youtube: estão roupando por completo a audiência da televisão e permitindo que pessoas comuns entre para o mundo da fama.

Recentemente assistimos outras grandes inovações de cunho tecnológico. Estas se deram através de aplicativos, os quais costumo chamar de “batedores de carteira”. São aplicativos que simplesmente roubam para si toda a movimentação financeira de determinado mercado. Exemplo: Easy Taxi e o 99 Taxi: esses aplicativos simplesmente roubaram toda a carteira das radio-taxis e cooperativas – simples assim! É o que o Netflix está fazendo agora com a TV fechada e a Uber com a clientela dos taxistas.

Poderíamos seguir com esses casos e até aprofundar na discussão a respeito da ética e das vantagens e desvantagens dessas tecnologias, mas não essa a intenção deste artigo, além do mais nenhuma tecnologia é boa ou má por si só: como diz o filósofo Mario Sérgio Cortella: “Um martelo não é bom ou mal, mas sim uso que fazemos dele. Um martelo quando usado para bater um prego é perfeito, mas se usarmos barra bater na cabeça de alguém será horrível”.

A intenção deste artigo é provocar a reflexão sobre como podemos transformar nosso mundo para melhor fazendo uso da tecnologia. A tecnologia consegue ampliar as possibilidades de conexões, e pessoas com interesses (ou competências) em comum poderão, agindo de forma organizada (e orgânica) competir com grandes corporações.

Por exemplo a Easy Taxi. Por que os taxistas não se uniram para criar um aplicativo igual? Depois veio a Uber: por que as pessoas não se juntaram para criarem um aplicativo que possibilitasse trabalharem com seu próprio carro? Claro que a resposta para essas perguntas é muito complexa e envolve diversos fatores, como por exemplo a longa batalha da Uber para conseguir legalizar seu serviço, mas o que quero mostrar é que é possível sim, basta um Hacker bem-intencionado e uma boa quantidade de pessoas fortemente interessadas.

Claro que estou empregando a palavra Hacker como sendo o profissional que produz grandes feitos na área da tecnologia da informação – mais uma vez parafraseando Cortella: “o Hacker por si só não bom ou mau, mas sim o propósito da qual emprega seu conhecimento”.

Há muita tecnologia aberta e disponível. Muitas linguagens de programação são facilmente divulgadas e propagadas. As grandes empresas como a Google e a Microsoft ensinam gratuitamente suas linguagens de programação, justamente para que o coletivo possa ampliar as possibilidades de suas tecnologias – eles já aprenderam a lição do “crescimento orgânico”.

Abaixo listo alguns exemplos do que estou dizendo:

Magento: é uma plataforma gratuita para desenvolvimento de lojas virtuais. Ela é totalmente colaborativa: existe uma grande comunidade de programadores produzindo aplicações para ela.

Cartese.me: é um site que promove o financiamento coletivo. Se você tem algum projeto e precisa arrecadas fundos, você o anuncia neste site e poderá receber recursos de outras pessoas que simpatizem com sua ideia. É o famoso “crowdfunding

Airbnb: é um aplicativo que permite que você alugue um quarto ou mesmo a sua casa para viajantes. Agora qualquer um tem condições de competir com um Hotel.

E por fim, o melhor de todos os exemplos: o Waze!

Waze: aplicativo de trânsito e navegação. Acredito até que dispense apresentação, principalmente nas grandes cidades! Para mim é impossível dirigir em São Paulo sem ele. É totalmente colaborativo, pois é alimentado pelas informações dos usuários: quanto mais usuários ligados, maior sua precisão.

Portanto, a tecnologia vem democratizando e nivelando nosso mundo: só está faltando enxergarmos de forma coletiva as nossas vidas. Eu sonho com o dia em que muitos Hackers se engajarão em um propósito maior: em um projeto de humanidade.

Franquia: carreira empreendedora

Na semana passada, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) realizou a 25ª. edição da Exposição de Franchising. O evento contou com uma quase incontável quantidade de franqueadores, distribuídos em mais de 20 setores da economia, com valores de investimento para todos os gostos, digo, bolsos, de R$ 10 mil a até mais que R$ 1 milhão.

Além das opções de franquias, o evento também contou com treinamentos e com a presença de diversos fornecedores, como instituições financeiras ávidas a financiar novos projetos, provedores de pagamento/recebimento eletrônicos e consultorias para apoiar projetos tanto de franqueadores quanto de pessoas interessados nas franquias.

A ABF, em parceria com o SEBRAE, oferece vários cursos para capacitação de franqueados e franqueadores, como:

– Entendendo o franchising

– Programa de capacitação em franchising

– Gestão de redes de franquias

– Locações comerciais

– E-franquias

A franquia se apresenta como uma boa opção para quem quer empreender, afinal, é uma maneira de começar com uma boa estrutura, ou seja, com know-how e uma marca já estabelecida. O franqueado “herda” o conhecimento em gestão do negócio, é apoiado pelo franqueador – que também tem interesse pelo seu sucesso – e se beneficia de todo o marketing realizado pelo franqueador.

É um bom atalho para quem quer iniciar um negócio, é claro que tem seu preço – a questão é avaliar o custo/benefício. E para essa avaliação, o profissional pode contar com a ABF, o SEBRAE e as consultorias especializadas neste assunto, como a AAClass Franquias, a qual recomendo por conhecer a fundo o trabalho realizado por Neca Fernandes.

Portanto, quem quiser estudar o assunto, visite a página da Expo 2016, da ABF e da AAClass. E atenção cariocas! De 6 a 8 de outubro a Expo acontecerá no Rio de Janeiro