Cuidado com a baixaria na festa da firma!

Com a chegada de dezembro inicia-se a “temporada de festas de final de ano”, período em que temos que ficar atentos para não cometermos excessos, afinal, é muita tentação: comida, bebida, festas.

Mas a grande atenção deve ser dada as confraternizações das empresas! Afinal, nestas, deve-se manter o decoro – ou você pensou que decoro se aplicava apenas aos parlamentares?

É um pouco complicado misturar álcool (ou mesmo diversão) com trabalho: quero dizer: abusar do álcool, ou mesmo das brincadeiras, na presença do chefe pode não ser uma boa ideia. Quando bebemos diminuímos nosso senso crítico e falamos mais do que normalmente falaríamos: corremos o risco de ofender colegas, ou pior, o chefe, ou ainda “mais pior”, o chefe do chefe! Corremos o risco de parecermos tolos, de fazermos declarações amorosas a colegas compromissados ou a colegas que não compartilham do mesmo sentimento – e até mesmo de avançar o sinal, queimar a largada ou entrar mesmo na contramão.

Bom, depois de aprontar muita baixaria nesses tipos de ocasião, um amigo de um primo meu resolveu escrever algumas sugestões para quem vai enfrentar este tipo de situação:

– Chegue o mais tarde que puder na festa: isso reduzirá o tempo total disponível para a ingestão de álcool, e também te colocará em um grau de sobriedade maior do que o dos seus colegas;

– Beba devagar e intercalando com água: isso te manterá hidratado – contribuindo para a manutenção do seu sistema como um todo: o que incluí raciocínio e coordenação motora; e como na sugestão anterior, também te manterá um ou mais níveis alcoólicos abaixo dos seus colegas;

A ideia é não dar baixaria e não ser inconveniente com os colegas, portanto, combatendo o álcool, a maior probabilidade é de que apresentemos o mesmo comportamento que apresentamos no dia a dia, claro que um pouco mais animado, mais descontraído, porém, ciente de cada palavra que sai da boca – independente do que se tenha pensado ou sentido!

Mas não esqueçamos: é para festejar! brincar! se divertir! Por isso a última sugestão é:

– Dance, dance e brinque muito!: isso ajudará a expurgar os problemas do passado e reforçará o sentimento de grupo – como uma família: que sofre, briga, brinca e cresce junto.

Boas confraternizações!

Você já jogou Business Bingo?

Quem me conhece mais de perto sabe o quanto gosto de usar o humor para aprender, discutir, construir e transmitir conhecimento. Sabe também o quão critico costumo ser com o funcionamento do “mundo organizacional”. Claro que não devemos generalizar – existem empresas e gestores excelentes -, a questão é que quando nos deparamos aquelas disfuncionais é melhor rir do que chorar.

Se você trabalha em uma empresa dessas não deixe de ler atentamente a este artigo, que apresenta a solução para suportar as improdutivas reuniões e ainda por cima galgar altas posições hierárquicas: o business bingo!

Existem duas versões do jogo, vejamos:

1 – Cada participante escolhe uma cartela que contem palavras-chave – frequentemente utilizadas no mundo corporativo:

businessbingo3

A medida em que as palavras vão sendo ditas durante a reunião, o participante vai marcando em sua cartela e o primeiro que completá-la ganha: Bingo!

2 – Imprima a tabela abaixo e leve para reunião. Veja como você pode montar lindas frases de impacto combinando qualquer uma das linhas: leia da esquerda para direita (coluna A para coluna D) e alterne aleatoriamente as linhas. Perceba como soam bonitas as frases. Com toda certeza você fará grande sucesso na reunião.

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É impressionante a quantidade de empresas e de profissionais que praticam esses eloquentes discursos que, quanto tentamos traduzi-los, logo percebemos que pouco ou nada nos dizem.

Como já disse antes: são muitos relatórios, gráficos, planilhas, PowerPoints, jargões – mas o que importa mesmo é o que fazemos com essas informações: quais ações, quais medidas tomamos: muitas vezes o menos vale mais!

Sua empresa saiu no Porta dos Fundos? Episódio 7 (Final) – Inteligência Emocional

Enfim chegamos ao nosso último artigo desta série. Quem não leu (e assistiu) os outros pode acessá-los através dos links no final deste artigo.

Guardei para o último um tema que considero de extrema importância: Inteligência Emocional!

Durante muitos anos as emoções foram deixadas do lado de fora das organizações, enquanto a lógica e a razão eram muito valorizadas. Claro que lógica e razão são modelos mentais fundamentais para o mundo dos negócios: onde somente os mais fortes sobrevivem; mas o que acontece é que as empresas perceberam que é a emoção que move as pessoas.

A criação de valor para as organizações está cada vez mais relacionada ao conhecimento, a criação (inovação) e ao atendimento (prestação de serviços), deste modo, um ser-humano pensante e virtuoso passou a ser condição chave para mais valia.

O profissional hoje tem de saber lidar com: frustrações, jogo político (disputa de poder), idiossincrasias, alta competitividade e até mesmo com o sucesso (evitando os perigos da ambição desmedida, da arrogância e da prepotência). Ufa! Muita coisa, não?

Mas vamos aos vídeos:

O Porta do Fundos fez um vídeo ironizando o “sistema” de atendimento do Spoleto. Neste vídeo podemos ver um atendente completamente impaciente, mais especificamente intolerante.

Bem, esse vídeo não pegou muito bem para o Spoleto, no entanto, eles conseguiram dar a volta por cima. Não sei exatamente de quem partiu a iniciativa e nem as razões que os motivaram a fazer um segundo vídeo, que funcionou como uma retratação, revertendo assim a sua imagem.

Mas o mais importante acontece em relação ao nosso tema: Inteligência Emocional. O vídeo mostra claramente a necessidade e a dificuldade de controlarmos nossos impulsos.

Inteligência emocional, segundo Daniel Goleman é a gestão dos relacionamentos para causar impacto positivo nas pessoas. E para se gerir os relacionamentos são necessários: autoconsciência (ou autoconhecimento), autogestão (ou autocontrole) e consciência social (empatia) –  coisas que claramente a personagem não possuía!

Com este artigo me despeço dessa série – a menos que identifique outros novos vídeos com algum fundo de aprendizado profissional/organizacional.

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Sua empresa saiu no Porta dos Fundos? Episódio 6 – feedback

O feedback é tema recorrente no mundo organizacional. As empresas perceberam que: a) as pessoas estão carentes de feedback; b) os profissionais precisam de feedback para saberem como estão desempenhando; c) a maioria dos gestores tem dificuldade em conduzir esse tipo de reunião.

A verdade é que o contexto organizacional dificulta bastante este tipo de conversa – muita coisa está em jogo: a reputação e aceitação do gestor e do subordinado, expectativas de desenvolvimento de carreira, expectativas salariais, comparações com colegas, enfim, o palco em que atuamos nas empresas não é favorável a este tipo de reunião. Já até a apelidaram de fodeback (desculpem pelo termo chulo, mas realmente considerei necessário para a proposta deste artigo).

Ao invés de discutirem a problemática existente nesse contexto, como: alta competitividade entre as empresas, rupturas tecnológicas e complexidade do ser humano (medos, ambições, motivações), preferem criticar esta ferramenta, claro que, propondo uma nova: o feedforward. Não caiam nessa: feedback e feedfoward são para mim a mesma coisa. O problema não é a ferramenta (feedback), mas sim seu uso. O problema está no “operador” e nas “condições de trabalho” (insumos, manutenção, recursos).

O assunto está bom, mas já é hora de diversão. Quem quiser saber mais sobre feedback recomendo a leitura do artigo: A arte de dar feedback.

  1. Bafo

Quem tem coragem de dar esse tipo de feedback? Esse é um dos assuntos mais delicados nos relacionamentos humanos: bafo, CC (mal cheiro nas axilas), vestimenta inadequada. As vezes evitar de magoar a pessoa pode ser na verdade o pior para ela. Mas conduzir este tipo de conversa não é nada fácil mesmo. É preciso certa intimidade, ou mesmo ir direto no assunto: é melhor um terror imediato do que um terrorismo sem fim: fale logo, vá direto ao ponto! Só é preciso respeito, nada mais – muito melhor do que ficar comentando sobre a pessoa pelos corredores, não é mesmo?

  1. Mundo dos negócios

Esse vídeo eu acho genial! Sempre uso em meus treinamentos, pois é muito comum o gestor falar de uma forma que o funcionário realmente não consegue entender, seja porque não tem coragem, seja porque não consegue mesmo se expressar.

Dá para notar o esforço do funcionário em tentar compreender o que o chefe fala. Chega até a fazer perguntas, mas tudo em vão! Mas uma coisa ele compreende com clareza: “o Ricardo do marketing falou …”. Isso ele seu instinto de proteção consegue pegar com facilidade.

Depois de muito tentar, ele desiste e parte para uma estratégia muito mais inteligente: passa a apoiar o que o chefe diz e pede sugestões. A tática funciona e em pouco tempo ele reverte a situação, finalizando a conversa com uma ligação para o Ricardo do Marketing. Simplesmente genial e totalmente condizente com o que vejo acontecer nas empresas – não em todas, é claro. Mas, e na sua, ou com você, já aconteceu?

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Estamos chegando ao final dessa série. No próximo mês tratarei o último assunto: Inteligência emocional. E para quem não leu os anteriores, abaixo encontram-se os links:

3 lições que aprendi com Usain Bolt

Usain Bolt entrou para a história! Suas conquistas são indiscutíveis e sua fama já beira o Mito! Essa mistura de: Jamaica + resultados + simpatia + dancinhas e sorrisos transformou nós brasileiros em fãs.

Eu acompanhei as suas provas e muito do que a imprensa falou sobre o astro e, ao final dos jogos, aprendi com ele algumas lições as quais gostaria de compartilhar:

  1. Sobre concorrência

As melhores marcas atingidas pelo atleta se deram em provas disputadas por grandes concorrentes. Na edição 2016 dos jogos olímpicos, o mito não bateu nenhum recorde e seus ouros foram alcançados com certa facilidade, comprovando a tese do “tubarão no tanque”. Parece que realmente temos uma tendência ao comodismo e que só nos mechemos quando ameaçados.

Mito por mito: Prometeu roubou o fogo de Zeus e o entregou a humanidade e Zeus nos castigou com a inveja, cobiça, emulação

Em uma das baterias das semifinais, Bolt, já classificado, diminuiu o ritimo para poupar energia para as finais. Seu rival, De Grasse, do Canadá, também já estava classificado, portanto assim como Bolt, deveria se poupar – a “regra” estava implícita. Mas graças ao castigo de Zeus, De Grasse tentou superar Bolt, que, ao perceber a aproximação do rival, tratou de acelerar e vencer a prova, alcançando sua melhor marca da temporada.

Imagine ser um atleta e viver na mesma época que Bolt! Imagine ter um concorrente como Bolt! Acho que isso pode ser fonte de inspiração/motivação ou de tristeza/desmotivação – vai depender do quanto você foi tocado por Zeus, não é mesmo?

  1. Trabalho primeiro, lazer depois

Bolt se comporta de maneira extremamente profissional durante os jogos, mas assim que acabam suas provas ele parte para farra! Sim, claro, afinal ele não é um deus, ele é humano e também tem direito a álcool e sexo! Depois que ele morrer será outra história: ocupará sua merecida cadeira ao lado dos deuses do Olimpo, mas por hora ele é humano. Mas um humano responsável: respeita os treinos, as provas, as regras, os adversários e depois de tanto esforço e dedicação pode enfim comemorar, relaxar e gozar sua glória. Como que nas festas dionisíacas da Grécia Antiga ou no Carnaval do Brasil Atual

“E um dia, afinal / Tinham direito a uma / alegria fugaz / uma ofegante epidemia / Que se chamava carnaval / O carnaval, o carnaval” (Chico Buarque)

  1. A internet, seus meios de comunicação e viralização

Não temos mais nenhum controle sobre a comunicação. Qualquer Smartphone pode registrar um vídeo ou uma imagem e esta “ganhar a rede” em poucos minutos. Foi o que aconteceu com Bolt após sua festança dionisíaca, sua companheira não hesitou em tirar e compartilhar fotos com o atleta, afinal, de que adianta “ficar” com o Bolt se ninguém ficar sabendo!

A coisa viralizou de tal maneira, que hoje, ao fazer uma rápida pesquisa sobre o Bolt para terminar este artigo, 5 –  dos 12 resultados da primeira página do Google – destacavam essa fofoca! Caramba, seus feitos atléticos são quase tão importantes quanto seus feitos, digamos, carnais!?!?

Bom, para mim pouco importa. É um grande mito do atletismo moderno, ficará para a história e muito pude aprender com ele – só não aprendi a correr como ele, mas quem sabe um dia ainda alcanço um “pace” (ritmo) abaixo dos 5:45 (minutos/km)!?

Sua empresa saiu no Porta dos Fundos? Episódio 5 – Demissão

Demissão é tão ruim que desagrada as duas partes envolvidas: o demissor e o demitido. Por ser tarefa difícil de se executar, muito tem sido escrito e estudado a respeito, mas especificamente na forma de orientação para quem vai demitir.

De fato, para quem é demitido, não há muito o que se falar. Não seria justo exigir uma postura racional em um momento tão delicado – especialistas afirmam que a demissão é a 3ª maior perda que um ser humano pode passar, perdendo apenas para “fim de um relacionamento” (2ª) e “morte de um ente querido” (1ª). Se consideramos que hoje as pessoas são bem mais fiéis as suas carreiras e suas empresas, arrisco dizer que a demissão está assumindo a 2ª posição.

A recomendação para o demitido é procurar manter-se o mais equilibrado possível, mas não há problema nenhum em demonstrar tristeza – o problema é demonstra arrependimento e, principalmente, raiva. A ideia é manter as portas abertas, afinal será preciso usar de toda sua network (contar com o apoio dos colegas de empresa) para consolo, recomendações e indicações, e até mesmo para um possível retorno. Por que não? principalmente nos casos de cortes por restrições financeiras.

Já para quem está realizando a demissão, as recomendações são muitas. Mas para não ficar muito cansativo, vamos usar os vídeos do Porta dos Fundos para falar um pouquinho sobre elas. E aqueles que querem se aprofundar mais no assunto, poderão ler mais na série de artigos que escrevi sobre a Demissão, através dos links abaixo:

  1. Setor de RH – Mosqueteiros

A primeira coisa que se recomenda em um comunicado de demissão é ir direto ao ponto, sem rodeios. Normalmente o clima já está tenso, ou mesmo fúnebre, e ficar rodeando, como quem quer quebrar o gelo, só piorará a situação.

A entrada de um novo membro, o D´artagnan, fez com que Porthus “ficasse sobrando”. Para mim faz todo sentido: nunca entendi porque se fala 3 mosqueteiros quando na verdade são 4. E como a questão era essa sobreposição de cargo ou excesso de contingente, logo a conversa partiu para comparações entre os membros, e Porthus tentando provar suas competências.

A conversa evolui a tal ponto que o demissor pede: “alivia pra mim” – um ótimo exemplo de como não se deve fazer uma demissão.

  1. Setor de RH – Jesus 

Já neste vídeo muita coisa está correta: o demissor é o gestor direto do profissional; ele começa a conversa valorizando-o; e a razão da demissão é nobre e visa o bem-estar de ambos: empresa e funcionário. Os argumentos são totalmente verídicos – mostrando que as competências do funcionário estavam muito além de seu tempo, atrapalhando de fato os negócios da empresa.

  1. Setor de RH – Supergêmeos

A demissão é tão ruim de se fazer, que muitas vezes ficarmos querendo resolver o problema do demitido – uma ânsia por recoloca-lo e, neste caso, até reposicioná-los em relação a sua carreira.

O importante neste caso é sabermos que não podemos querer pelos outros, quem tem que decidir pela continuidade da carreira é o próprio profissional.

O demissor sequer sabia ao certo o que os dois profissionais faziam: é recomendado que o gestor direto do profissional demitido faça a demissão, portanto, nesta reunião, não cabem justificativas a respeito da maior ou menor importância das atividades desenvolvidas.

E o final nos mostra que é preciso estar atento às reações do demitido: raiva (nesse caso), tristeza, desdém.

Outro ponto interessante é a reação do outro profissional, que conseguiu sobreviver à demissão. Ela fica neutra, bem na dela – não o apoia, sequer fala algo.

  1. Village People

E quando o próprio grupo, a própria equipe, resolve excluir um de seus membros?

Neste caso é melhor assim, afinal quando você realmente não está alinhado com os “valores” da organização é melhor mesmo sair.

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Ainda temos dois tópicos para tratar nessa série de artigos: Feedback (que abordarei no próximo mês) e Inteligência Emocional. Não esqueça de deixar sua opinião, crítica ou sugestão nos comentários.

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Para ver os outros artigos desta série:

Sísifo e eu no trabalho

Meu próximo relatório será entalhado em uma pedra. Sim, redigirei em mármore, em alusão ao trabalho de Sísifo, que ainda hoje carrega, inutilmente, sua pedra de mármore morro acima.

Não sei quantos dos leitores já elaboraram ou ainda elaboram relatórios que não são usados para nada, e o pior, eles normalmente vêm com prazos de conclusão apertados. Quantos projetos são iniciados, consomem tempo e dinheiro e depois são abandonados?

Talvez os relatórios, devido às informações excessivas ou pelo fato de o solicitante não saber exatamente do que precisa, ou mesmo por não se poder fazer nada a respeito das informações relatadas, fiquem estacionados na mesa, sujeitos às ações do tempo – “é quando nossa pedra rola morro abaixo”. Quem sabe se os projetos, por serem mal elaborados – não definindo claramente seus objetivos, as metas, as tarefas, as ações e os prazos – acabem por se perder no caminho. Principalmente enquanto surgem os “incêndios” que necessitam combate.

Voltemos a Sísifo. Para quem não conhece a história, ele foi condenado pelos Deuses a passar toda a eternidade carregando uma enorme pedra de mármore até o cume de uma montanha. À medida que ele se aproxima do topo, a pedra rola morro abaixo por uma força à qual ele não consegue resistir, tendo, então, que descer ao sopé e retomar todo o trabalho.

O Mito de Sísifo nos mostra por que precisamos imediatamente remover do trabalho o desnecessário. Vamos focar no simples, no básico, no útil. Criamos tantos indicadores e tanta tecnologia da informação que já não sabemos o que fazer com eles. É importante lembrar que hoje temos altíssima eficiência na obtenção de dados e até mesmo na geração de informação mas, quando o assunto é a criação de conhecimento e, principalmente, a transformação desse conhecimento em resultados, a situação se inverte.

É possível que nossos avanços tecnológicos se deem em um sentido de facilitar o transporte dessa pedra. É como se buscássemos meios de obter mais força para carregá-la, mais eficiência, rapidez, melhores rotas para a travessia, maior conforto na execução da tarefa – e nunca nos preocuparmos em estudar o porquê ela cai, ou mesmo o porquê de a carregarmos.

Nesse ponto outra analogia se torna interessante: Sísifo recebeu essa sentença por ter desdenhado dos Deuses e enganado a morte por duas vezes. Será que estamos tentando enganar a morte? Ninguém quer mais envelhecer – é como se o velho hoje não fosse mais o sábio, e sim o jovem que domina essas novas tecnologias. Escondemos nossas rugas, pintamos nosso cabelo, fazemos plástica. Talvez para que a morte, ao nos ver, pense: “Puxa, acho que errei o dia. Cheguei antes do previsto. Deixe-me ver quem é o próximo de minha lista”.

E quanto a desdenhar dos Deuses? Deus (Deuses) está(ão), de fato,  presente(s) em nossas vidas? Parece que para nossa moderna sociedade não precisamos mais de Deus, a ciência pode nos dar todas as respostas. E olha que, em 1978, Raul Seixas já alertava: “E onde é que está a vida? Onde é que está a experiência? Já te entregam tudo pronto, sempre em nome da ciência, sempre em troca da vivência”.

Desejo que alcancemos maior realização em nossas vidas com simples atitudes como planejar nossas tarefas, focar no necessário, questionar nossos porquês, respeitar nossas divindades – lembrando-nos de que somos todos mortais.

Mas meu próximo relatório será na pedra, aludindo a Sísifo e enaltecendo Moisés, cujo relatório, feito na pedra,  é objetivo, claro, aplicável e ainda hoje respeitado.

Sua empresa saiu no Porta dos Fundos? Episódio 4 – Comunicação

A comunicação é algo automático. Logo que nascemos já começamos a fazer uso dela e seguimos pela vida usando-a a todo momento. Nos comunicamos falando, escrevendo, gesticulando, olhando. Estamos tão habituados a nos comunicar que nem percebemos a complexidade envolvida na comunicação. Só nos damos conta quando um mal-entendido acontece.

Criei este quadro para sintetizar os principais componentes da comunicação.

Comunicação

Tudo começa com uma fonte emissora, ou seja, com aquele que tem a intenção de transmitir uma mensagem, e termina naquele que recebeu esta mensagem (o receptor). Só haverá êxito se o significado gerado no receptor foi o mesmo que o emissor intentou, do contrário, a comunicação foi falha.

O grande problema é que para a transmitir uma mensagem é preciso antes codifica-la. Normalmente usamos as letras do alfabeto, combinando-as em palavras do idioma português – seja escrita ou oral. Mas essa codificação também pode se dar em outros idiomas, em hieróglifos, sinais, emoticons. Adoro os emoticons! O que seria de nossa comunicação no Face, no Whats se não fossem os emoticons ou os emojis? A língua é viva, e os emoticons são a prova disso!

Tem uma brincadeirinha bem legal na internet que retrata bem a questão de decodificação.

desafio vc a ler

No começo é difícil, a primeira palavra é impossível! mas, assim que compreendemos a regra da codificação, conseguimos decodificar quase que instantaneamente o restante do texto.

Após a codificação a mensagem tem condições de ser difundida através de alguns canais: voz, textos, desenhos, gestos. E assim o receptor poderá decodifica-la, gerando assim algum significado – exatamente como aconteceu na brincadeira acima.

E por falar em brincadeira, vamos então aos vídeos de Porta dos Fundos:

  1. Palavra da Salvação

Este vídeo deixa bem claro a importância do código usado na transmissão da mensagem. Se o emissor usar um código pouco conhecido pelo receptor, com certeza a mensagem chegará, no mínimo distorcida – e as vezes totalmente incompreendida.

De que é a responsabilidade sobre a comunicação? Do emissor? Do receptor? De ambos? Na minha opinião a responsabilidade é total do emissor, afinal é deste que parte a intenção.

Portanto, devemos estudar a fundo o nosso receptor: nível cultural, intelectual, idioma, gírias, faixa etária. Tudo que for necessário para se fazer entender.

  1. Mundo dos negócios

Este vídeo é muito interessante, não só pela questão da comunicação, como também pelo reflexo da nossa atuação no mundo organizacional. O chefe fala, fala, fala mas o subordinado não consegue entender. Ele se esforça, tenta realmente compreender, faz perguntas – mas se frustra. Só que a parte que coloca em risco seu emprego ele entende logo de cara: compreende facilmente que “o Ricardo do marketing falou” alguma coisa. Assim, de maneira bastante ardilosa, ele consegue reverter todo o cenário. E ao final, é ele quem admoesta o Ricardo.

 

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Espero que tenha gostado! Se não leu os outros 3 artigos da série, logo abaixo tem os links. No próximo mês explorarei o tema “Demissão”.

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Sua empresa está no Porta dos Fundos? Episódio 1- Surrealismo

Sua empresa está no Porta dos Fundos? Episódio 2 – Entrevistas

Sua empresa está no Porta dos Fundos? Episódio 3 – Profissionalismo

Sua empresa está no Porta dos Fundos? Episódio 2 – Entrevistas

No artigo do mês passado, abordei no artigo “Sua empresa está no Porta dos Fundos? Episódio 1 – Surrealismo a irracionalidade do mundo organizacional: mais especificamente os absurdos que acontecem em algumas empresas.

Hoje tratarei da entrevista de emprego, lembrando que nos próximos serão abordados: Profissionalismo, Comunicação, Demissão, Feedback e Inteligência emocional.

Para isso selecionei 3 vídeos do Porta dos Fundos que tratam da situação de entrevista, vejamos:

  1. Currículo

A entrevista é pautada no currículo. O entrevistador analisa o currículo e prepara suas perguntas de modo a sanar dúvidas em relação as posições ocupadas pelo profissional e, principalmente, explorar melhor as experiências adquiridas, portanto, o currículo é peça fundamental para a condução de uma boa entrevista.

O problema é que sabemos da dificuldade que o selecionador tem quando da triagem do currículo – o volume de currículos e informações é muito grande, de modo que o nosso currículo tem grande chance de ser preterido sem ao menos ter tido uma boa e atenta leitura. Para maximizar as chances do currículo ser melhor apreciado, fazemos uso de palavras elegantes e exageramos – apenas um pouquinho – nas experiências. O problema é que depois você terá de provar para o entrevistador, através de exemplos reais, tudo aquilo que foi escrito.

  1. RH bom RH mau

Entrevista de emprego já é estressante o suficiente – não é preciso querer se impor sobre o entrevistado! Acontece que tem muito entrevistador incompetente ou inseguro que acha que se der uma de durão, de malvado ou de profundo conhecedor, terá menos chance de ser enganado pelo entrevistado.

O vídeo é uma piada, mas já vi muitos entrevistadores achando que “tem que botar banca”. Uma entrevista não é um interrogatório, mas sim uma conversa com o objetivo de conhecer a fundo (e profissionalmente) a pessoa. O entrevistado não deve esconder nada e o entrevistador não está lá para descobrir seus “crimes”.

 

  1. Entrevista de emprego

Outro ponto importante é que uma entrevista não é um jogo de medição de forças. De lá não sai nenhum ganhador ou perdedor – na verdade trata-se de escolher aquele que, acredita-se, seja o melhor para a situação em específico.

 

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Gosto muito de usar o humor para o aprendizado. Nada melhor de rir de si mesmo, rir das situações – isso pode tornar o desenvolvimento menos doloroso: podemos identificar e mostrar nossas falhas com mais leveza, mais franqueza – o único jeito de aprender é reconhecendo aquilo que não se sabe!

Nas últimas semanas falei muito sobre entrevistas (foram 3 artigos sobre o tema), se quiser saber mais clique aqui e veja todas publicações.

Espero que tenha se divertido bastante com esse artigo, caso afirmativo, compartilhe! Dia 10/06 publicarei a parte 3 – tratando de Profissionalismo.

Sua empresa está no Porta dos Fundos? Episódio 1 – Surrealidade

Há muito tempo venho trabalhando a ideia de escrever um artigo que aproveitasse a sagacidade dos vídeos do “Porta dos Fundos” em demonstrar de maneira escrachada a realidade de algumas empresas e do mundo profissional.

Para este primeiro artigo, compilei os vídeos que abordam os aspectos Surreais, ou até reais para alguns casos – espero que não seja o seu -, que acontecem em algumas empresas

Nós próximos tratarei:

  • Entrevistas
  • Profissionalismo
  • Comunicação
  • Demissão
  • Feedback
  • Inteligência emocional

Aqueles que já assistiram meus treinamentos e minhas palestras já sabem o que esperar disso aqui!

  1. Reunião

Escolhi começar com aquela que é a mais famosa atividade de toda empresa: a reunião.

A reunião pode ser ótima, desde que seja planejada (pauta bem definida, apenas com as pessoas realmente necessárias e finalizando com ata de definição dos acordos e das tarefas). Tem um artigo da Harvard Business Review, intitulado “Seu recurso mais escasso”, de Michael Mankins, Gregory Caimi e Chris Brahm, que dentre outras coisas destacam a seguinte questão:

– Quantos Reais estão sendo gasto em uma reunião?

Podemos calcular o valor da hora de cada profissional envolvido na reunião, ou seja, não só os partícipes, como também os assistentes e analistas envolvidos no preparo da reunião. Lembrando que nesse valor é recomendável acrescentar os encargos sobre os salários.

Faça essa conta e verás que as reuniões custam muito, mas muito mesmo!

Imagine uma reunião de 2 horas com um gerente, de salário aproximado de 10 mil, com seus 5 supervisores, de salários aproximados de 5 mil e que consumiu 5 horas para o preparo (planilhas, tabelas, gráficos – vocês sabem né? Powepoint!) de um assistente de salário de 2,5 mil – grosso modo, esta reunião custará R$ 800,00 (e só tratamos dos custos, digamos, humanos).

As empresas costumam definir limites para decisão em gastos segundo a posição do profissional (nível e/ou departamento), mas qualquer um tem autonomia total para agendar e convidar reuniões.

 

1.1. Torcedores

Já o vídeo “Torcedores”, mostra primeiramente o aspecto das “panelas” que se formam na empresa. Temos sempre aqueles pelos quais nos afinamos e até torcemos por eles, assim como temos aqueles pelos quais repelimos. Depois, o vídeo mostra como as regras implícitas e explícitas podem afetar o desempenho do profissional na reunião, sem falar na importância do Powerpoint. E por fim, trata da competitividade no mundo profissional.

 

  1. Corte de gastos

Em segundo lugar no hall da fama está o corte de gastos. As reestruturações parecem não ter fim. Corta daqui, corta dali, de acolá. No primeiro momento corta-se as pequenas “gorduras”, depois a coisa vai se aprofundando até chegar na carne – termo empregado quando o corte chega nas pessoas. Mas o que acontece quando se começa a dispensar pessoas importantes para o processo? O vídeo deixa isso bem claro!

É difícil decidir em apenas uma reunião, quais funções ou quais pessoas podem ser demitidas. O risco de cometer um julgamento simplista é desconsiderar a integração entre os cargos. Se o cargo não era importante, então por que existia?

É preciso lembrar que o todo é muito maior do que a simples soma das partes.

 

  1. Aumento

A situação de pedido de aumento é uma situação bastante estressante – para as duas partes: quem pede e quem analisa o pedido. Quem pede deve estar muito seguro da sua contribuição para a empresa e do momento que esta está passando. Já quem recebe o pedido tem que ter um senso analítico aguçado: tem que pesar tudo e avaliar se cabe ou não no orçamento e saber a maneira certa de dizer as coisas.

Pode parecer brincadeira, mas já ouvi falar de um gerente que quando lhe pediam um aumento, colocava um Sonrisal (pastilha antiácido) na boca e simulava um ataque.

Para quem lida com o “lado pedir aumento”, recomendo a leitura do meu artigo O paradoxo do pedido de aumento. E para quem quer só se divertir, vai de Porta dos Fundos mesmo!

  1. Convenção

E convenção anual, quem já participou? Elas são realmente muito bem organizadas e preparadas para tirar o que tem de melhor nas equipes. É o rito onde os resultados do último ano são expostos e as pessoas (ou os departamentos) que se destacaram são ovacionados e premiados.

Por fim, explica-se as estratégias para o próximo ano e justifica-se as mudanças anunciadas, buscando o devido alinhamento com as equipes, e finaliza-se com alguma ação motivacional, normalmente organizada pelo RH.

  1. Tradutor

O problema da linguagem é muito presente nos tempos atuais. Para nós brasileiros o “portanhol” é sempre presente e muitas vezes suficiente. Mas tem sempre aquele que gosta de complicar e, principalmente, mostrar serviço.

  1. Claque

A rotina no escritório pode ser tão estressante que só fazendo piada mesmo para suportar a pressão. Mas quero fazer uma ressalva: na minha opinião estamos utilizando o humor em excesso – as outras emoções também são importantes para lidarmos com as frustrações da vida, e percebo que estamos privilegiando o humor em detrimento da tristeza, raiva, medo. Quem quiser entender, de forma descontraída e divertida, a importância dessas emoções, recomendo assistir a animação da Disney, “Divertida Mente”.

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É bom lembrar que o humor permite tratarmos de questões sérias, mas tão sérias, que de outra forma nunca poderiam ser ditas. O bobo da corte era o único que podia dizer as verdades para o rei sem ser punido!

Espero que tenha se divertido bastante com esse artigo, caso afirmativo, compartilhe! Dia 13/05 publicarei a parte 2 – tratando de Profissionalismo.