Conversas sobre carreira e desenvolvimento

Nesta semana assessorei um profissional na sua candidatura à um recrutamento interno – uma nova posição gerencial que abriu em sua companhia. Foi um trabalho bem interessante: estava diante de um bom profissional, montamos uma boa estratégia de apresentação e ainda me inspirou a escrever este artigo.

O fato é que achei interessante reforçar a importância das conversas sobre carreira, principalmente com aqueles que possuem maior poder de influência sobre ela, por exemplo: chefe, cônjuge, pais, professores, empreendedores e especialistas em carreira.

#1Dica: mapeie as pessoas mais influentes em sua rede.

Cada uma dessas pessoas desempenham um papel diferente em nossas vidas, portanto, a conversa deve ser distinta uma das outras, isso porquê: o 1) grau de intimidade, liberdade, dependência, concorrência; 2) interesses, divergências e congruências com seus objetivos – variam de acordo com cada papel.

Todas as pessoas são importantes, cada qual em um aspecto: um pai quererá apenas o seu melhor, mas baseará a conversa segundo suas experiências; o cônjuge poderá se preocupar com a segurança e estabilidade da família; o chefe carregará consigo seus interesses e os da organização, porém é quem fornece maior influência.

#2Dica: prepare-se para cada conversa.

Portanto, reflita sobre os interesses e poder de influência de cada conselheiro e defina seu objetivo para a conversa sobre carreira.

A primeira coisa que pergunto quando um profissional almeja outro cargo dentro da sua organização é: Seu chefe está sabendo? Primeiro: se ele estiver apoiando, suas chances serão absurdamente maiores: não há nada melhor do que o endosso do chefe imediato; segundo: é sinal de que vocês têm uma boa relação e que conversam sobre carreira.

#3Dica: se você é gestor, provoque conversas sobre carreira com sua equipe.

É obrigação do chefe manter conversas sobre carreira com seus subordinados. As empresas buscam muito o engajamento – querem profissionais profundamente envolvidos, comprometidos, felizes e produtivos – enquanto os meus objetivos de carreira e de vida forem congruentes com os objetivos da organização em que trabalho, seguirei engajado, portanto, é obrigação do gestor procurar atender (o máximo possível – afinal não é fácil!) a este alinhamento.

#3bDica: se você tem um gestor, provoque conversas sobre carreira com seus superiores.

O contrário também é verdadeiro, ou seja, todo profissional deve procurar se informar sobre o seu desempenho e desenvolvimento, consultando sua chefia ou mesmos outros membros da diretoria, e sobre suas possibilidades e caminhos para sua ascensão.

Peço permissão para terminar este artigo “puxando a sardinha para o meu lado”, aproveitando para reforçar que, aconselhar-se com um especialista em carreira traz basicamente duas grandes vantagens: 1) Isenção total de interesses – o único interesse de um consultor de carreira é o sucesso do seu cliente, afinal, o seu sucesso é o meu sucesso; 2) Vasta experiência – um consultor de carreira carrega consigo não só suas próprias experiências, como também a experiência acumulada de seus clientes: é isso que eu mais amo na minha profissão: a possibilidade de aprender com a grande variedade de experiências dos grandes profissionais que atendo. Portanto:

#4Dica: consulte um especialista em carreira.

Pode ser arriscado, mas a recompensa é grande!

Na semana passada postamos no nosso Instagram (ricardo_xavier_rh) a mensagem que se encontra na imagem do tema deste artigo e uma grande amiga perguntou se tratava-se de um artigo ou se era apenas uma mensagem. Fiquei curioso e a questionei sobre sua expectativa em relação ao desenvolvimento do tema e decidi desenvolver algo a respeito.

“Quanto maior o risco, maior a recompensa” parece ser mais uma das leis da natureza! Digo da natureza, pois ela se aplica desde as coisas mais simples, como a escalada de uma montanha; passando pela adrenalina dos esportes radicais; e chegando aos investimentos do mercado financeiro! Como pode? A regra parece se aplicar a tudo! Podemos então concluir que: é humano!

Mas o que acontece conosco? O faz com que nos submetamos a essa lei?

Quando pensamos em termos de investimentos: mercado financeiro ou empreendimentos fica mais fácil entender, afinal, o risco afasta as pessoas, gerando assim menor concorrência, de modo que, caso o investimento (ou ideia) der certo, você colher-se-á os frutos sozinho. No mercado financeiro é mais ou menos assim: é você apostando contra todos – se perder, terá de pagar todo mundo; mas se ganhar, receberá de todos!

Mas, e quando pensamos numa simples escala nas montanhas? Quando subimos ao cume de uma montanha estamos em contato não só com o risco (a depender da escalada o risco pode ser bem pequeno), como também com o esforço: o que pode potencializar a recompensa: chegar ao cume e relaxar apreciando a bela vista. Quanto maior for o risco e o esforço necessário para alcançar o topo, mais prazeroso será esse relaxamento e a apreciação da vista.

Enfim, damos valor aquilo que é raro! se é arriscado e/ou trabalhoso, poucos o farão!

No mercado de trabalho vemos algumas recompensas (como bônus, premiações e promoções) para aqueles que se dedicam, mas é bem mais difícil vermos recompensas para aqueles que se arriscam. Se um vendedor, por exemplo, adota uma estratégia arriscada em uma negociação com um cliente e a estratégia dá certo, sua percentagem de comissionamento será a mesma (claro que ele poderá ganhar mais por ter vendido por um preço maior, mas aqui fica claro a desproporcionalidade na equação risco x recompensa). Se um gerente assume o risco de um crédito de um cliente e ao final da operação, consegue receber tudo que fora compromissado, ele nada ganhará a mais por isso, em compensação, se o cliente não honrar com os compromissos, há uma grande chance desse gerente pagar o preço com seu emprego. Muitas vezes um atendente que se arrisca, ao fugir do protocolo de atendimento, para resolver uma queixa do cliente, e obtém êxito não recebe nem mesmo um parabéns por parte da chefia.

Os profissionais com perfil mais arrojado, mais “agressivos”, têm de ter paciência para passar pelas primeiras fases da carreira – cargos que permitem pouca participação da estratégia -, pois eles só poderão arriscar e obter recompensas proporcionais quando estiverem participando da estratégia ou quando a frente dos negócios. Do contrário, empreenda!

Portanto, só se arrisque, só se esforce, se acreditar que a recompensa será válida – lembrando que recompensa não é só dinheiro – também pode ser: reconhecimento (status), aceitação (pertencimento) e até mesmo: adrenalina!

O todo e as partes

Ontem me queimei fazendo café. Desequilibrei a leiteira fervente e derramei grande parte do seu conteúdo por sobre a minha mão: foi uma queimadura leve, a pele avermelhou e algumas bolhas se formaram.

Aquele ponto tão pequeno (quando comparado com todo o meu corpo) atraiu a minha atenção por todo o dia.

Mas ainda bem que não afetou nenhum dedo. Os dedos são pequenos, mas cada um deles faz uma falta tremenda. Experimente machucar um deles para você ver: afeta deveras o “pegar”. Se for o polegar então?!?! Percebo assim que cada dedo tem seu papel na minha mão e um deles é até mais importante que os demais, mas somente a soma de todos eles fazem a perfeita mão.

A queimadura foi na parte superior, no dorso da mão. O dorso parece não ter função, não acaricia como a palma, não é sensível ao toque como a ponta dos dedos. Mas foi logo no primeiro aperto de mão que percebi sua participação: as pontas dos dedos do meu amigo nele se firmavam para envolver minha mão, alcançado assim firme aperto: o dorso parece assim ter sua função.

Mas ainda bem que foi só em uma das mãos. Com apenas uma mão consigo fazer muitas coisas: cada mão por si só tem sua ação, mas somente com as duas posso dar um abraço com emoção. Não subestimo os braços, são eles que promovem o aperto confortável, aquele que une os dois corpos: mas me refiro ao detalhe: quando as mãos acariciam as costas durante o caloroso abraço.

Certa vez meu pai ficou doente: caso de internação. Foi muito triste, muita comoção. Eu era pequeno, doía o coração: mas a figura da minha mãe fez a substituição. O pai é importante, e a mãe também: mas só os dois juntos podem ser além!

Assim como os dedos, cada indivíduo é importante, e diferente: cada qual é melhor e pior em algum aspecto, mas somente a soma de seus membros pode se chamar família. Podemos ampliar essa visão, partindo para outra instituição: com uma soma, por exemplo, que compõe uma Nação!

Um amigo abriu empresa: empregou 10 cidadãos; um outro uma indústria: empregou mais um montão. Cada empresa tem sua importância: paga salários e impostos, permite o consumo de seus empregados e sócios, acontece que todas juntas formam o PIB do país nosso.

Certa vez era só China, isso antes da globalização: agora é candidata a potência, tratada como grande nação. Vimos seu impacto no todo quanto cresceu apenas como parte. O sistema financeiro deixa claro essa faceta: são efeitos dominó, efeitos em cascata, para os mais poéticos tem até efeito borboleta.

É mais ou menos assim: certa vez era uma célula, que quando juntas formou um órgão, que quando juntos formaram um mamífero (acredita-se: superior), que quando juntos formaram uma sociedade que quando juntas formarão …

Pois é, a maioria ainda não enxergou a importância dessa união: já avançamos de países para blocos políticos/econômicos: conseguimos formar até uma ONU; mas parece que ainda não percebemos que o todo não é nada sem as partes, assim como as partes não são nada sem o todo; e que o todo é muito maior que a soma das partes.